São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Trabalhador não sairá prejudicado, diz FHC

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, disse ontem que os trabalhadores não serão prejudicados na conversão dos salários pela URV (Unidade Real de Valor). As regras da conversão de preços e salários só serão definidas depois que o ajuste fiscal estiver concluído e houver uma emenda constitucional criando o novo indexador "com clareza", afirmou. Disse que vai anunciar as regras na televisão.
"Não vai haver nenhuma surpresa", voltou a dizer Fernando Henrique. Segundo ele, a alta da inflação em dezembro e no início deste mês foi provocada por especulação sobre um "um congelamento que não vai haver".
FHC disse ainda que a conversão dos preços para a URV será tranquila. Segundo ele, as tarifas públicas estão sob controle e vêm subindo de acordo com os custos e abaixo da inflação. Isso, segundo ele, não vai acarretar prejuízos, porque o governo está "cortando gordura".
O ministro afirmou estar "sentindo uma disposição muito grande" do Congresso em aprovar as medidas do Plano FHC. Para ele, o momento é favorável. Citou as reservas cambiais recordes de US$ 33 bilhões em dezembro como exemplo de que o país vai bem e "há uma aposta externa muito grande" no Brasil.
Ele reafirmou que os governadores do Nordeste já concordam com a criação do Fundo Social de Emergência (FSE). FHC disse ter ouvido do governador de Pernambuco, Joaquim Francisco, a proposta de obter os US$ 200 milhões necessários ao FSE por meio de cortes de outras despesas sem afetar o Fundo de Participação de Estados e Municípios.
O ministro disse ter gostado do relatório final da CPI da Corrupção. "É uma página importante da história que nós estamos virando, de um Brasil sem controle de nada. Hoje a sociedade cobra do governo um comportamento mais transparente e o Congresso tomou a dianteira nisso."

LEIA MAIS
sobre o Plano FHC na pág. 1-10.

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