São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Favela é urbanizada

DA SUCURSAL DO RIO

Visto de longe, o morro do Cavalão, em Niterói, se parece com qualquer outro da área metropolitana do Rio: pobre, violento, casas no topo, becos íngremes e perigosos. As aparências enganam. Os 5.000 moradores da favela têm o que falta em quase todo morro do Rio: água, luz, esgoto, lixo recolhido, praça, acessos asfaltados e baixa criminalidade.
Em 11 anos, a comunidade do Cavalão passou da miséria absoluta para uma situação privilegiada em termos de infra-estrutura urbana. Até assistência médica diária e permanente a população local conseguiu, através de uma pressão reivindicatória intensificada a partir de 1985, quando foi criada a Associação de Moradores do Morro do Cavalão.
Até 83, a favela não recebia água potável e vivia às escuras, com valas negras a céu aberto, lixo nos barrancos e ratazanas em meio à crianças vítimas de verminoses e doenças de pele. A primeira vitória dos moradores, lembra o presidente da associação, Marco Antônio da Conceição, 36, foi a água, instalada naquele ano.
A energia chegou em 86, através do projeto "Uma Luz na Escuridão", do governo estadual. A partir de 89, o movimento popular conseguiu com que o Cavalão passasse a morro pioneiro do "Vida Nova no Morro", projeto da Prefeitura.
Desde então, o esgoto foi todo canalizado e as três estradas de acesso à favela receberam camadas de asfalto. A associação indicou os precários caminhos de subida, que foram cobertos por escadarias e rampas de concreto.

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