São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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'Empresas eram criminosas'

ESPECIAL PARA A FOLHA

Segundo o advolgado José Carlos Del Royo, que mora na Itália há 18 anos, a maioria das empresas que estava na "lista" para licitações não existe mais. Ele falou à Folha quinta-feira, pelo telefone.
Del Royo, que participou em agosto passado do Seminário "Operação Mãos Limpas", organizado pelo Núcleo de Estudos da Violência, da USP, diz que atrás dessas empresas listadas estavam organizações criminosas, como a Máfia, que repassavam as obras para empresas menores e tecnicamente incompetentes. "Esse repasse de obras permitiu o crescimento da Máfia calabresa." A nova lei italiana deverá entrar em vigor daqui a um ano.
Segundo o advogado, a preferência que a nova legislação dará à concorrência pública será favorável à conformação da Itália às diretrizes da Comunidade Européia quanto à qualidade de obras, como construções antiterremoto, de estradas e mecanismos de defesa do meio ambiente. Del Royo considera que "é preciso exigir das empresas que invistam em avanço tecnológico, se não a Itália pode perder financiamentos da Comunidade Européia".
Na votação do projeto de lei na Itália foi rejeitado na última hora o artigo que proibia a participação de empresas sob investigação em licitações pú8blicas. "Se esse artigo tivesse sido aprovado, não sobrariam empresas para contratar com a administração", diz ele.

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