São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Fôlego curto

ANDRÉ LAHOZ MENDONÇA DE BARROS

Aos poucos parece ir se consolidando a idéia de que a taxa de inflação se estabilizará, no curto prazo, no patamar indecente de 40%. A aceleração rápida observada em dezembro e janeiro dá sinais de esgotamento, dando lugar a uma tênue acomodação.
Um exemplo claro deste fato é o comportamento dos preços agrícolas no atacado. Há indicadores mostrando que o preço dos cereais, por exemplo, teve variação acumulada em quatro semanas de 42% em meados de dezembro, ficando, portanto, acima da inflação do mês. De lá para cá, os preços caíram e hoje a variação é de 25%.
O preço dos hortifrutigranjeiros teve, em meados de janeiro, variação acumulada em quatro semanas superior a 70%. Esta variação caiu para 47% na última semana e deve continuar caindo. O preço da carne, por outro lado, abriu janeiro com variação acumulada em quatro semanas de 57%. Esta mesma taxa foi de 29% na última semana.
A menor variação dos preços também se observa no custo da cesta básica do Procon. Todos estes fatores vão reforçando uma expectativa inflacionária para fevereiro próxima à de janeiro –um pequeno fôlego para um semestre que promete muitas surpresas.

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