São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994 |
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Telemarketing gera 20 mil vagas em 94
ADRIANA SALLES GOMES
Algumas lojas de departamentos, como o Mappin, vão expandir seu telemarketing para além da Grande São Paulo. O interior paulista é um dos mercados de maior potencial. As lojas locais também devem investir, para reagir à concorrência. "Muitas lojas esperaram para ver o que acontecia com pioneiros como o Mappin e começaerar este ano", diz Volney Faustini, 41, presidente da ABT. A operação de telemarketing do Mappin, por exemplo, realiza vendas equivalentes às de uma loja. Os shopping centers devem usar o telemarketing para prosseguir com sua estratégia de ampliar a comunicação direta com o cliente, iniciada pela Rede Nacional de Shopping Centers (Renasce) com o trabalho de mala direta, como lembra seu diretor Tomaz Ferreira Naves, 30. Os hipermercados estão discutindo a aplicação do telemarketing para a área de produtos não-alimentícios, conta Nelson Veiga, 65, diretor de relações corporativas da rede Paes Mendonça. O setor de telemarketing não parou de crescer desde que se instalou no Brasil em 87. Em 93, gerou diretamente US$ 8 bilhões de receita, em 5.000 centrais com 50 mil empregos, representando um aumento de 20% sobre o ano anterior. Este ano, o faturamento deve repetir o aumento de 20%, correspondendo a uma ampliação de 40% nos empregos. Eleições e Copa As oportunidades de trabalho, no entanto, não se restringem ao comércio. A atividade de telemarketing tem uma rotatividade anual de 50%, o que, por si só, cria oportunidades. É grande a transferência de operadores de birôs prestadores do serviço para empresas. Também se espera a abertura de novos birôs em 94. "Agora o birô é a pequena empresa que está em moda, como estiveram a videolocadora e a loja de comida congelada", diz o consultor de telemarketing Antonio Carlos Carletto, 47, diretor da Data Search. As eleições e a Copa do Mundo devem gerar alguns trabalhos temporários. Os políticos vão contratar pessoal para as campanhas por telefone e as grandes operadoras e agências de viagens planejam montar operações de telemarketing para agilizar os serviços. Profissão X 'bico' "A pessoa que procura emprego no telemarketing ainda o vê como um 'bico' e não como uma profissão, na maioria dos casos", diz Ricardo Maykot, 26, diretor do birô Red Line. Mas, segundo ele, isso muda depois que se começa o trabalho. O piso salarial de um operador é baixo, um salário mínimo (CR$ 32.882,00), mas o rendimento total (fixo mais comissões) costuma chegar a algo entre US$ 400 (CR$ 160 mil) e US$ 500 (CR$ 200 mil) mensais por cinco a seis horas diárias. Os profissionais descobrem várias carreiras a seguir na área. Os melhores operadores "pegam" as funções e produtos mais lucrativos e engordam sua comissão, que varia de 1% a 20% da renda do produto. Também é possível se tornar supervisor e gerente da operação e até migrar para outras áreas da empresa. Num birô, o caminho é a administração. Numa empresa, as áreas comercial ou de marketing. Para o consultor Carletto, o profissional de telemarketing está se preparando para ser o profissional de vendas do futuro, porque cada vez mais as vendas serão feitas por telefone. Nos EUA, quem não sai de casa para comprar já tem nome: "consumidor de casulo". ONDE SE FORMAR ABT: (011) 37-1955; Associação Comercial de São Paulo: (011) 232-5744, ramal 2415; Sebrae: (011) 279-6877 (setor de treinamento); Senac: (011) 864-7211. Texto Anterior: Profissional deve evitar envio de currículo de forma massificada Próximo Texto: Mulheres estudantes 'dominam' o setor Índice |
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