São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Chineses usam rádio para abrir sua intimidade

The Wall Street Journal

PATRICIA CLOUGH
DE NOVA YORK

Os chineses, conhecidos por seu puritanismo e vergonha na hora de falar de sua intimidade, encontraram na Rádio do Leste, de Xangai, uma maneira de lavar a roupa suja em público, diz o "The Wall Street Journal", em reportagem de Jospeh Kahin. A rádio transmite, dia e noite, programas de conversas com o ouvinte.
Um deles, por exemplo, telefonou para dizer que teve que se divorciar de três mulheres por causa do tamanho reduzido de seu pênis. "Gastei todas as minhas economias para deixá-las felizes, e nada. Mas vou me casar pela quarta vez. Não consigo ficar um dia sem sexo", disse ele à apresentadora Wei Lan. "Não faça isso", aconselhou ela. "Você se acha um coitado? Pense nas coitadas que se casam com homens como você."
O "Journal" diz que ninguém pode telefonar para falar mal de Deng Xiaoping, o presidente chinês. Discutir democracia, então, nem pensar. Mas a Rádio Leste acaba servindo como uma "janela" para observar as mudanças sociais pelas quais atravessa a China, afirma o "Journal".

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