São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Veja a importância dos blocos econômicos

DA REDAÇÃO

Erramos: 31/01/94
No mapa "A Divisão do Mundo em Blocos no Fim do Milênio", não aparece a Eritréia, país que se tornou independente da Etiópia em 1993. O mapa com a localização correta está publicado na edição de 31/01/94 página 1-3.
Veja importância dos blocos econômicos
Mapa que a Folha publica hoje mostra a distribuição da riqueza e poder pelo mundo no final do milênio
Os 117 países-membros do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio) concluíram em dezembro passado a Rodada Uruguai de negociações, iniciada no final dos anos 70. Governos de todos os países envolvidos discursaram defendendo a liberalização do comércio mundial –mas a realidade do mercado global é bem outra.
"Comércio administrado", aliás, é a expressão favorita de Ira Magaziner, principal assessor para questões comerciais do presidente Bill Clinton, à frente da maior economia do planeta. Muitas tarifas e barreiras comerciais estão caindo, mas em cumprimento a imperativos geopolíticos precisos, não necessariamente a um ideal liberalizante (vejam-se, por exemplo, os privilégios tarifários que os EUA concedem à China, mas não a parceiros mais próximos).
Se é verdade que uma guerra comercial generalizada parece distante do horizonte, a tendêndia à globalização convive com o fortalecimento de uma tendência oposta –a consolidação de blocos econômicos e comerciais, sobretudo de caráter regional (mas nem sempre), nos quais os membros têm privilégios negados aos "de fora".
Haverá mesmo uma "fortaleza Europa"? Os EUA vão mesmo deixar de privilegiar a Europa e voltar-se para o Pacífico? A África está realmente esquecida? Para ajudar o leitor a compreender esses processos, a Folha traz hoje o exclusivo mapa "A Divisão do Mundo em Blocos no Fim do Milênio", um pôster com tamanho equivalente a duas páginas do jornal, impresso em cores e em papel especial.
Preparado por profissionais de Mundo e da seção Tendências Econômicas, o mapa e os gráficos e tabelas que o acompanham procuram dar uma representação gráfica dos mais importantes blocos econômicos e comerciais que estão se formando, com informações relevantes sobre a dimensão de seus mercados e de sua produção, seu desenvolvimento econômico recente e as fatias que conquistaram do mercado mundial.
Pequenos textos distribuídos pelo mapa procuram dar conta de realidades e tendências das diversas regiões no plano social e geopolítico –conflitos étnicos, religiosos ou entre países, movimentos migratórios importantes, focos de miséria e acesso à ajuda econômica estrangeira.
No mapa, cada bloco econômico ou comercial é representado em uma cor. Países que pertencem simultaneamente a mais de um bloco aparecem com mais de uma cor. Países que não pertencem a nenhum dos agrupamentos mais importantes têm a cor cinza.
Bonecos e moedas espalhados pelo mapa indicam a população total e a soma do Produto Interno Bruto (PIB) de cada bloco, cada par de figuras com a cor correspondente. O recém-formado Espaço Econômico Europeu aparece subdividido em sua partes constituintes, a União Européia (ex-Comunidade Européia) e a Associação Européia de Livre Comércio.
Na parte inferior, as engrenagens permitem visualizar o peso econômico de cada país-membro de cada bloco. Todos os dados são do mais recente relatório do Banco Mundial, que acaba de ser divulgado em Washington.
Dois gráficos complementares entre si, cada um de um lado do mapa, trazem informações sobre a distribuição de renda em dez países selecionados. Eles mostram, por exemplo, que o Brasil é entre eles o país que apresenta a pior situação nesse aspecto: enquanto os 20% mais ricos de sua população concentram 62,6% de toda a riqueza nacional, os 20% mais pobres têm acesso a apenas 2,4% dela.

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