São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994 |
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Frio bate novo recorde e mata pelo menos 142
FERNANDA GODOY
Para alguns, pequenas distâncias percorridas no frio polar significaram a morte. Um homem de cerca de 35 anos foi encontrado congelado a cerca de 200 metros da estrada onde estava seu carro. Em Avon, a 30 quilômetros de Boston, uma mulher de 75 anos foi encontrada congelada entre seu carro e um monte de neve. Um menino de 10 anos foi salvo por um motorista que viu sua mão esticada, a única parte visível sob uma montanha de neve. O garoto resolveu ir a pé para casa quando a mãe se atrasou para pegá-lo na escola. Nem todas as vítimas do frio morrem congeladas. Fogueiras feitas para combater o frio acabam gerando novas mortes. Em Nova York, um traficante de crack foi encontrado carbonizado pela polícia no seu "ponto", uma casa no Bronx. Por motivos de segurança, ele tinha todas as janelas bloqueadas com barras de ferro e ripas de madeira. O comércio da droga era feito através de um buraco na parede do "ponto". Outra causa de mortes são ataques cardíacos causados pelo esforço para tirar gelo e neve da frente das casas. Em Nova York, a prefeitura suspendeu nos últimos dias as multas para quem não "degelar" sua calçada. O resultado é que andar pelas ruas da cidade transformou-se em uma verdadeira prova de obstáculos. Os setores de emergência dos hospitais estão lotados de pessoas, principalmente velhos, com pernas ou braços fraturados em escorregões nas ruas geladas. E ainda faltam dois meses para o início da primavera. Texto Anterior: Tremor afasta moradores de Los Angeles Próximo Texto: Avanço de ex-comunistas freia reformas russas Índice |
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