São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994
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Urnas legitimaram posição de FHC, diz Ciro

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Ciro Gomes, considera que o governo do presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, ``vai poder tocar a reforma que quiser".
Ele defende um entendimento entre o presidente Itamar Franco e FHC com o objetivo de dar legitimidade do atual Congresso.
Ciro Gomes diz que o Congresso deveria votar uma emenda definindo uma revisão constitucional, no início da próxima legislatura, com quorum simplificado e duração de cinco a seis meses."
Ciro Gomes falou à Folha no Instituto Fernand Braudel, onde fez um palestra na sexta-feira sobre o ``Futuro do Plano Real".
Ciro Gomes sugeriu uma reforma tributária que reduza de 53 para seis o número de impostos e o fim dos monopólios.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Folha - O atual Congresso pode fazer a reforma tributária?
Ciro Gomes - Isso depende de um entendimento entre o presidente Itamar e o presidente eleito.
O país aguarda com expectativa esse entendimento para que seja sinalizado o calendário das reformas estruturais, que devem privilegiar a reforma tributária e a desoneração da produção.
Folha - Qual deveria ser o objetivo desse entendimento?
Ciro Gomes - Concentrar forças para que o atual Congresso vote uma emenda recriando o espaço para a revisão constitucional com um quorum simplificado para ser realizada no início de 95.
Folha - O sr. acredita que o próximo Congresso fará a revisão constitucional?
Ciro Gomes - Acredito. O novo Congresso foi eleito simultâneamente com o novo presidente. O temário da campanha foi muito explícito. Os eleitores votaram a favor do Plano Real.
A autoridade consagrada pelas urnas ao temário da campanha vencedora significa que o governo FHC vai poder tocar a reforma que quiser.

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