São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994
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FHC propõe a flexibilização do monopólio e agrada a Petrobrás

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A declaração do presidente eleito Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sobre a flexibilização do monopólio estatal do petróleo, feita na sua primeira entrevista à imprensa após a eleição, foi bem recebida na cúpula da Petrobrás.
O superintendente de Planejamento da empresa, José Fantine, disse à Folha que a empresa já tem um programa de parcerias afinado com os planos de FHC para ela.
Segundo o superintendente, a formação de parcerias "é a posição da Petrobrás tomada de acordo com a orientação do atual e, cretamente, do futuro governo".
Para Fatine, FHC falou na sua entrevista em "monopólio e parceria", uma linguagem que estaria afinada com os interesses da empresa. Mas Fantine evita o termo flexibilizar, utilizado por FHC.
A flexibilização do monopólio já foi defendida pelo presidente da estatal, Joel Mendes Rennó, mas não foi bem recebida na empresa.
``Flexibilizar é uma palavra elegante para dizer quebra do monopólio", diz Fernando Siqueira, presidente da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobrás).
Embora Fantine afirme que a Aepet tem suas posições e a Petrobrás as delas, na prática, essas opiniões às vezes se confundem.
A Aepet costuma ser porta-voz de pontos de vista que a empresa não externa para evitar choques com o governo.
Mas no caso do gasoduto Brasil-Bolívia, a primeira parceria importante que a estatal está implementando, a Aepet diverge.
A associação será com um consórcio formado pela britânica British Gas, a norte-americana Tenecco e a australiana BHP. Siqueira pergunta: ``Por que não um consórcio nacional?".

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