São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Tucanos não abrem mão da área econômica
FERNANDO GODINHO
Logo após as eleições, numa reunião informal com a atual equipe econômica, FHC demonstrou seu apoio à reivindicação do PSDB. ``Desta equipe, só não participa do meu governo quem não quiser", disse o novo presidente à equipe do ministro Ciro Gomes (Fazenda). No Ministério da Fazenda, além de Ciro Gomes, são filiados ao PSDB o secretário-executivo, Clóvis Carvalho, o assessor especial, Edmar Bacha, e o secretário de Política Econômica, Winston Frischt. No Banco Central, os tucanos têm Pedro Malan (presidente) e Gustavo Franco (diretor para Assuntos Internacionais). No Planejamento, o ministro Beni Veras é senador eleito pelo PSDB cearense. FHC descarta mudanças no controle da economia por um motivo simples: foi ele mesmo quem montou a atual equipe econômica, durante sua passagem pelo Ministério da Fazenda. Além disto, nunca deixou de manter contatos com seus integrantes –mesmo após deixar o ministério para disputar a Presidência da República. ``Não há lógica em fazer mudanças nesta área. Ele (FHC) montou a equipe, que fez um plano que está dando certo", disse à Folha o presidente nacional do PSDB, Pimenta da Veiga. ``Ele deve manter a atual equipe", arrisca o tucano e ex-ministro da Fazenda Bresser Pereira, que também foi o tesoureiro da campanha presidencial de FHC. ``A atual política econômica só renderá frutos através da persistência e da credibilidade. Portanto, a tendência é que a atual equipe seja mantida", avalia o deputado federal reeleito José Aníbal (PSDB-SP), um dos futuros interlocutores do próximo governo no Congresso. A permanência do PSDB no controle da economia independe, inclusive, da reforma administrativa que está sendo estudada pela equipe de FHC. O Ministério da Fazenda deixaria de ser o formulador da política econômica, atribuição a ser transferida para uma Secretaria de Planejamento mais fortalecida –ligada diretamente à Presidência da República. A Fazenda mudaria o nome para Ministério das Finanças e cuidaria apenas da execução do programa econômico, controlando a Receita Federal, o Tesouro Nacional e a Secretaria de Orçamento e Finanças –hoje, vinculada ao Planejamento. Caberia à nova Seplan pensar os rumos e ditar as regras da economia. Texto Anterior: Alagoanos vão exigir cargo e verba de FHC Próximo Texto: Para FHC, real perdeu valor Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |