São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994 |
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Cartão de prostitutas em cabine telefônica abre `guerra' em Londres
ROGÉRIO SIMÕES
Em praticamente todas as cabines telefônicas do centro estão expostos cartões coloridos com números de telefones, características e especialidades das prostitutas. Um dos cartões nas cabines traz um desenho de uma morena com roupa de couro preta. Na mão esquerda, uma cigarrilha e na direita, um chicote. Ao lado do número de telefone, uma dica: ``especialista no incomum". A garota que atende diz ser uma pioneira nos anúncios. ``Eu comecei a colocá-los há 15 anos. Havia no máximo um ou dois. Hoje existem cartões demais." A ``especialista" afirma que gasta cerca de US$ 130 para imprimir 3.000 cartões, que ela espalha em apenas uma semana. Se fosse pagar em uma revista ou jornal, acha que gastaria pelo menos o triplo por apenas um anúncio. Como pioneira, ela reclama de outros cartões que são distribuídos. ``Os meus são bem simples. Há alguns que são muito agressivos." Uma outra garota, que se apresenta como ``loira e linda, que precisa de correção", apresenta uma solução para a propaganda. Ela gostaria que a BT criasse, oficialmente, um espaço na cabine telefônica para os anúncios. E se dispõe a pagar por isso. A mania dos cartões se espalhou há três anos, mas o problema começou a preocupar a BT em 92. A companhia chegou a cortar as linhas de algumas prostitutas, mas decidiu voltar atrás depois que algumas ameaçaram ir à Justiça. Depois de frustradas tentativas, o conselho de Westminster (região central) resolveu ajudar no trabalho já feito pela BT. Iniciou, há três semanas, uma grande limpeza nas cabines. Até agora, foram recolhidos 250 mil cartões. A limpeza em Westminster vai custar US$ 23 mil aos cofres públicos nas primeiras cinco semanas. Depois, será avaliado se vale a pena manter o serviço. ``Não temos nada contra as prostitutas", diz Paul McIntyre, assessor do conselho de Westminster. ``Apenas contra a propaganda." John Neville, assessor da BT, afirma que os cartões causam dois principais inconvenientes: incomodam ``moralmente" as pessoas, principalmente os turistas, e escondem informações importantes de como usar o telefone. A polícia também começou a agir contra a propaganda, prendendo rapazes que colocam os cartões para as prostitutas, os ``card boys". Texto Anterior: Serviço oferece garotas e garotos de programa por fax em São Paulo Próximo Texto: Relatório aponta 150 acusações a policiais Índice |
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