São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994 |
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Déficit e política
DEMIAN FIOCCA Há razoável consenso sobre o peso dos Estados e de alguns grandes municípios no déficit fiscal brasileiro. A revisão das transferências da União e das atribuições de cada um dos três níveis de governo é parte do saneamento das contas públicas.Além do arranjo institucional, o comportamento dos governantes tem grande influência. Durante o regime militar, quando Maluf governou o Estado de São Paulo, o financiamento externo e as restrições aos sindicatos reduziam o efeito do déficit sobre a inflação. A seguir, Montoro tirou do vermelho as contas do Estado. Mais recentemente, Quércia e Fleury valeram-se do Banespa para endividar fortemente a administração. E três meses de relativa estabilidade bastaram para evidenciar o rombo quando os ganhos inflacionários desapareceram. As vultosas e crescentes dívidas que Maluf está acumulando para a Prefeitura de São Paulo são desfavoráveis à estabilização –e ao contribuinte, evidentemente. A julgar por sua administração passada, a provável eleição de Covas favorece o reequilíbrio das contas públicas. Correção: US$ 30 bilhões não é a projeção do déficit comercial do México, mas do déficit em conta corrente –que inclui o balanço de serviços (basicamente, os juros da dívida externa). Texto Anterior: Sensação contraditória de vitória e derrota Próximo Texto: Projeções já mostram inflação subindo Índice |
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