São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994
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Processo substitui funções e gera empresa competitiva

DA REPORTAGEM LOCAL

A competição comercial leva as empresas a mudanças radicais em suas estruturas organizacionais e de comando. Essas mudanças são implantadas pela reengenharia, uma nova forma de gerenciar a empresa por processos –e não mais por funções.
Para o diretor-geral da Rummler Brache Group no Brasil, Ricardo Amoroso, 38, o objetivo da reengenharia é reorientar a empresa para o cliente. Em síntese, ``fazer melhor e mais rápido aquilo que a empresa já faz bem feito; fazer melhor com menos recursos".
Amoroso fez palestra sobre ``Reengenharia: transformando radicalmente as organizações", dentro do ciclo ``A busca da qualidade total", promovido pela Folha.
Esse processo todo, segundo Amoroso, representa um paradoxo. Afinal, a empresa quer fazer um produto melhor com menos recursos, menos energia e menos gente.
Como hoje os produtos têm a mesma característica, é preciso desenvolver a potência das pessoas. ``De agora em diante o que vai diferenciar uma empresa da outra são as pessoas, não a tecnologia".
A rigidez e a complexidade das estruturas organizacionais levaram muitas empresas a concentrar poder em alguns poucos executivos de seu alto escalão (organograma em forma de pirâmide). Resultado: perderam agilidade e competitividade, segundo Amoroso.
Hoje –e no futuro– o controle administrativo poderá ser exercido em grande parte por sistemas informatizados ou pela automação dos processos de trabalho. ``O que se quer das pessoas que integram uma organização é conhecimento, competência e comprometimento efetivo", diz o diretor da Rummler.
Afinal, diz Amoroso, o cliente não quer saber como está organizado o departamento de vendas ou de produção de seu fornecedor. Ele quer saber como vai ser atendido e qual a qualidade do produto.
Em maio deste ano a Rummler fez uma pesquisa com as empresas participantes do Fórum Nacional de Reengenharia, realizado em São Paulo, para saber o que elas estavam fazendo nesse campo.
Entre as 98 empresas pesquisadas, 44% já estavam adotando a reengenharia. Destas, a maioria (72%) era formada por empresas de grande porte, onde a complexidade da organização tende a ser um desafio para obter agilidade e competitividade.

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