São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994 |
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Técnico conquista confiança do time
MÁRIO MAGALHÃES
Irritada com o então treinador Wadson Lima, a atacante Ana Moser abandonou a equipe. Ela só voltou com a ascensão de Bernardinho. A história sobre a tensão nos bastidores começa com a morte do técnico Inaldo Manta. Ele treinou a seleção entre 1989 e 1991, quando se suicidou em sua casa, em São Paulo. Manta era adorado pelas jogadoras. Formava com elas quase uma co-gestão. O técnico costuma só tomar suas decisões depois de ouvir o grupo. O treinador não se preocupava com a vida delas fora do vôlei. Aceitava a personalidade forte de Ana Moser, a capitã da equipe. Ela dava sugestões, ele a ouvia muito. Manta foi sucedido pelo mineiro Wadson Lima. Com a mudança, o desempenho da seleção cresceu. Wadson aliava a formação de estrategista a um estilo discreto, disciplinador. Sob seu comando, a equipe chegou pela primeira vez em sua história a uma semifinal do torneio olímpico, um feito excepcional para o vôlei brasileiro. Perdeu para a CEI e, na disputa da medalha de bronze, ficou desmotivada e foi batida pelas norte-americanas. Então, Ana Moser rompeu com Wadson. Jogadoras como a atacante Márcia Fu também reclamaram. No ano passado, o Brasil perdeu o Campeonato Sul-Americano e o treinador caiu. Bernardinho combina a experiência de ex-jogador e técnico, unida a uma capacidade de psicanalista para entender as atletas e administrar vaidades. Como atleta, foi medalha de prata na Olimpíada de Los Angeles, em 1984. Foi casado por dez anos com uma das melhores jogadoras que o país já teve, Vera Mossa. Hoje, quem perguntar às atletas o que acham do técnico, vai ouvir respostas parecidas com a de Márcia Fu. ``Bernardinho é o máximo." (MM) Texto Anterior: Equipe custou a aceitar o método Próximo Texto: Bernardinho prepara time para cobranças Índice |
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