São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
SR. PRESIDENTE
COSETTE ALVES Ele gostaria de ter dotes musicais. Considera o tempo de estudante universitário o período mais feliz de sua vida. Não guarda rancor dos adversários. No estilo objetivo, sem coreografias ou truques barrocos, quer transformar o Brasil num país mais racionalO presidente da República do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, é um homem calmo e bem humorado. Falamos a sós numa sala simples e clara. A atmosfera era serena. Esperava um pouco mais de agitação. Entrever o presidente foi estimulante mas inquietador. O que eu poderia ver de novo com tanta informação já acumulada na minha cabeça? Talvez tenha lido demais sobre ele, como todos. Seria possível vê-lo como se fosse pela primeira vez –uma tela em branco? Como conservar meu olhar fresco a despeito do excesso de informações? Decidi, antes de entrevistá-lo, me perguntar em silêncio: é possível olhá-lo despido de sua vitória nas urnas, como um homem comum? Missão impossível mas tentadora. Ele tem sido bajulado, atacado, odiado, amado. Mesmo por isso desperta hoje, no coração dos brasileiros, sentimentos muito fortes. Inveja, gratidão, descrença, esperança, grandes expectativas. Por que? De repente surge a pergunta mais importante. Desconfio que ela está escondida na cabeça de todos os brasileiros: Fernando Henrique Cardoso representa mudança mesmo? Texto Anterior: Macho man; Bebê? Eu hein; Polivalente; Negócios à parte; Fim da história; Sld out; Uma mulher de visão; Por que não eu?; Mais que Mercedez Próximo Texto: Ou ele é mais uma das invenções de um país combalido? Uma outra alucinação de uma sociedade que se recusa a amadurecer? Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |