São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Financiamento tem limite de três meses

DA REPORTAGEM LOCAL

Todas as linhas de financiamento bancárias para empresas ou pessoas físicas passaram a ter limite máximo de três meses.
Acabou o crédito pós-fixado (exceto para o sistema habitacional e agrícola). É que, por lei, as linhas pós-fixadas tinham prazo mínimo fixado em quatro meses.
Ontem, os bancos já se adequaram às novas regras. ``Todas as linhas foram travadas em três meses", disse Mário Luna, gerente de Departamento de Crédito e Financiamento do Bradesco.
Luna afirmou que é cedo para fazer uma avaliação completa do impacto das novas medidas.
As taxas de juros, por enquanto, não foram afetadas. Permaneceram as mesmas.
Alexandre Zakia Albert, do banco Operador, diz que a restrição de crédito terá maior efeito nas linhas de financiamento de produtos com valor unitário mais elevado (carros para a classe média e geladeiras para os de baixa renda). ``Estes setores concentraram o maior descasamento entre a oferta e a demanda."
No chamado ``ramo mole" (calçados, vestuário), o impacto, segundo Zakia, é menor. ``O efeito é marginal. O prazo máximo de financiamento já era de três meses."
Para ele, este ramo pode até ser, eventualmente, beneficiado pelas medidas. ``O sujeito que não vai mais poder comprar um carro, pode direcionar sua renda para a compra de outros produtos."
Zakia disse que as medidas são corretas e que não terão efeito recessivo, ``desde que sejam temporárias". Ele previu um Natal mais desaquecido. ``Mas não adianta ter um Natal maravilhoso este ano e comprometer os outros."
Zakia lembrou que as lojas não estão proibidas de conceder financiamento por prazos maiores do que três meses. ``Mas, como a oferta de crédito de mais longo prazo tende a ser mais escassa, os juros devem subir", afirmou.

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