São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 1994
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STF deve condenar PC a mais de 2 anos

FLÁVIA DE LEON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O STF (Supremo Tribunal Federal) deverá condenar o empresário Paulo César Farias a uma pena superior a dois anos de prisão, o que não lhe dará direito a sursis –um recurso jurídico que permite suspender a pena.
A maioria dos juízes concluiu que há provas suficientes para condenar o empresário. Ele é réu confesso, por exemplo, em pelo menos um crime –o de falsidade ideológica. Foi o próprio PC quem revelou, em depoimento no Supremo, o mecanismo de criação dos correntistas ``fantasmas".
A Folha apurou que os ministros do Supremo decidiram manter PC na cadeia, no julgamento de quinta-feira passada, exatamente porque ele será condenado.
Relaxamento
O Tribunal negou o relaxamento da prisão e o desmembramento do processo pedidos pelos advogados de PC. Ele é acusado com mais outros oito réus, entre eles o ex-presidente Fernando Collor de Mello, de corrupção passiva, entre outros crimes.
Os ministros consideraram que foi difícil, na quinta-feira, sustentar o voto pela rejeição dos pedidos de PC Farias sem tornar pública a intenção de condená-lo.
O próprio ministro-relator, Ilmar Galvão, confidenciou a advogados que esperava o atendimento do pedido de relaxamento da prisão. Galvão foi contrário ao relaxamento e ao desmembramento.

Fuga
Publicamente, o relaxamento da prisão foi negado, mais uma vez, porque o empresário já demonstrou que tem condições de fugir. Pesou também o fato de PC não ter mais laços com o Brasil: sua mulher, Elma, morreu e os filhos estudam na Suíça.
O desmembramento foi negado por razões processuais. Além de ser considerado inconveniente, o tempo usado para separar o processo seria o mesmo estimado para a entrega do resultado da perícia.
PC Farias está preso há dez meses no Batalhão da Polícia de Choque do Distrito Federal.

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