São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 1994 |
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País volta a ter espaço no mapa mundial dos negócios ANTONIO CARLOS SEIDL ANTONIO CARLOS SEIDL ; NELSON BLECHER
Essa previsão, formulada por especialistas nacionais e estrangeiros, é sustentada por cenário que aponta para privatizações, possibilidade de fim do processo inflacionário e maior estabilidade nas regras econômicas. O economista Carlos Langoni, professor da FGV, retornou da reunião anual do FMI-Banco Mundial, realizada em Madri, há duas semanas, convencido de que o volume de investimentos estrangeiros no Brasil alcançará a média de US$ 5 bilhões por ano até o fim da década. ``Vamos testemunhar uma mudança da posição qualitativa dos investimentos, que deixarão de se dirigir para o mercado financeiro e seguirão diretamente para a produção", afirma. Para ele, a taxação das aplicações de recursos estrangeiros nas Bolsas, em vigor desde quarta-feira passada, é mais um fator de fortalecimento das decisões de investimentos no setor produtivo. O consultor Antoninho Marmo Trevisan concorda. ``O capital especulativo é prospectivo", disse. ``Essa etapa, no Brasil, já se consolidou. Ingressamos agora na fase dos investimentos de risco". ``À medida que cai o risco Brasil, resultado do programa de estabilização, cresce o interesse por investimentos diretos de empresas que já estão aqui instaladas e de outras que nunca estiveram", explica Langoni. Ele calcula que os investimentos produtivos no Brasil alcançarão, a partir de 1996, a média chinesa de US$ 5 bilhões por ano, superior à de US$ 3,5 bilhões do México em anos recentes. ``Os investimentos externos devem ficar em torno de US$ 2,5 bilhões a US$ 3,5 bilhões em 95 para alcançar rapidamente o patamar chinês de US$ 5 bilhões", prevê. Cláudio Haddad, diretor-superintendente do banco Garantia, confirma o clima de aguda expectativa entre os investidores. ``Mas vai depender dos passos do novo governo", pondera. ``Se a segunda etapa do plano econômico for positiva, muito dinheiro vai entrar no país. ``O país está de volta às páginas econômicas da imprensa internacional, o que é bom sinal", diz Roberto Teixeira da Costa, presidente da Brasilpar. Já o comércio recebeu nota 4.``O mercado brasileiro está sendo avaliado por varejistas ingleses e franceses", informa o especialista Marcos Gouvêa de Souza. José Paulo Amaral, presidente da Lojas Americanas –que firmou, em junho passado, joint venture com a Wal-Mart– supõe que concorrentes devem seguir o rastro da gigante do varejo norte-americano. ``Foi o que ocorreu no México, quando a Wal-Mart ali se instalou", diz Amaral. Texto Anterior: Água fria ;Bits vigilantes ;Lições da França ;De novo ;A volta ;De húngaro, nada ;Colegas ;Mágoas reais ;Gosto pelo perigo ;Dedos cruzados Próximo Texto: Multinacionais planejam expansão no Brasil Índice |
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