São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 1994
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Mercado atrai investimentos diversificados

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

A consultoria Fintec busca sócio para um grupo alimentício italiano (faturamento de US$ 50 milhões) interessado em lançar no mercado brasileiro um tipo de massa recheada semi-fresca.
``O negócio terá financiamento de uma instituição financeira da comunidade européia. É sinal de confiança no país", acha Marco Vita, diretor da Fintec. ``O empresário deu prazo de 15 dias para identificarmos o sócio".
A Fintec conduz outras oito transações em setores que vão de alimentos a auto-peças.
``Investimentos na área de infra-estrutura estão a caminho", anuncia o empresário Wilson Quintella, presidente da Agência de Desenvolvimento Tietê Paraná.
As negociações, que envolvem US$ 8 bilhões na área de energia, começaram a deslanchar. Um seminário recente, promovido em Londres pela entidade, atraiu mais de 200 empresários.
`Logo passaremos a distribuir senhas", brinca Quintella, impressionado com o assédio recente de grupos internacionais.
Em 1992, as multinacionais responderam por 33% das aquisições de empresas no país. Subiu para 35% em 1993 e atinge agora 42%, de acordo com Raul Beer, sócio-diretor da Price Waterhouse.
``Montamos um escritório nos EUA só para atender empresas interessadas em investir no país", diz Beer, que prevê a chegada também de companhias médias e emergentes, as mais relutantes em se expandir além-fronteira.
Telecomunicações e informática são os setores mais prospectados. ``Estão todos de olho nas privatizações", afirma.
Com ele concorda David Bunce, sócio da KPMG, que confirma a reativação de projetos nos setores de eletrônica a eletrodomésticos.
``O Brasil passou a ser vedete", diz Rubens Branco, diretor da Arthur Andersen. ``O que assustava o investidor era a inflação elevada e mudanças constantes nas regras do jogo".
A Trevisan Auditores e Consultores associou-se, na semana passada, à Development Dimensions Internacional, consultoria norte-americana que fatura US$ 100 milhões anuais.
``A negociação vinha se arrastando em ritmo de ``operação padrão" há um ano", afirma o consultor Antoninho Marmo Trevisan.
``O contrato foi assinado em questão de minutos. Isso tem a ver com a eleição de FHC e o noticiário favorável ao Brasil na imprensa internacional"
(NB)

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