São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 1994
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O mercado maduro

HELCIO EMERICH

Um em cada 35 americanos adultos e economicamente ativos tem mais de 55 anos de idade. Trata-se do cobiçado segmento dos consumidores maduros, que controla aproximadamente metade dos gastos totais do país com a aquisição de bens e serviços e responde por 77% da poupança dos EUA.
E é claro que a maioria dos anunciantes da América procura formular estratégias especiais de marketing para capturar o rico dinheirinho desse mercado.
O problema é que os marqueteiros, ao que parece, não estão sabendo como abordar os ``mature adults".
Quem levantou a questão foi uma agência de marketing direto da cidade de Greenwich, Connecticut, a Madison Direct Marketing.
Trabalhando com um cadastro rotativo de mais de um milhão de consumidores na faixa de idade entre 55 e 72 anos, a MDM joga uma luz sobre o óbvio: os adultos se reconhecem como adultos, mas não se vêem como ``maduros".
Estão longe, também, de se considerarem ``domésticos" no seu estilo de vida e nos seus hábitos de consumo.
A agência não chegou a essa conclusão fazendo pesquisas ou entrevistando consumidores da chamada terceira idade, mas apenas analisando dados recolhidos dos cupons e formulários recebidos através do seu mailing.
Os americanos com mais de 55 anos, por exemplo, vão gastar este ano a bagatela de US$ 150 bilhões só em itens como férias, viagens, programas de condicionamento físico, produtos de beleza, acessórios para automóveis etc.
Por que a propaganda dirigida a esse público deveria –como tem sido a regra– continuar insistindo em apelos nostálgicos e sentimentalismo piegas?

Banco único
``Aqui você é cliente Vip-Gold-First-Top-Super-Especial", me diz a capa de um folheto do Unibanco. Nas páginas internas, mais promessas: ``Benefícios crescentes", ``Serviços 30 Horas", ``Centro de Atendimento Exclusivo" e outros babados.
Tornei-me recentemente cliente desse banco (agência 576, da Av. Roque Petroni Jr.). Recebi a senha e quando precisei usar os serviços dos terminais eletrônicos, tive invariavelmente a mesma resposta: ``Senha inválida".
Recorri ao gerente da minha conta na agência, que ficou de solicitar nova senha sem saber explicar o que teria ocorrido com a outra.
De lá para cá, várias semanas depois, nada. Falei com a tal Central de Atendimento. Enrolaram.
Enquanto isso, minha conta está bloqueada para serviços como telesaldo, caixas automáticos etc. Mas, convenhamos, a propaganda do Unibanco é ótima.

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