São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 1994
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EUA surpreendem no Mundial de Vôlei

SÉRGIO KRASELIS
DO ENVIADO A BELO HORIZONTE

Os EUA foram a grande surpresa da fase classificatória do Mundial de Vôlei Feminino.
À exemplo da seleção masculina americana, que no Mundial da Grécia acabou ficando com o primeiro lugar da chave (venceu o até então favorito Brasil por 3 sets a 2), o time feminino conquistou a primeira posição do Grupo D.
A equipe comandada pelo técnico Taras Liskevych ganhou ontem da seleção do Japão, apontada como a favorita da chave, por 3 sets a 1 (15/8, 6/15, 15/7 e 15/7), deixando em segundo lugar uma das mais tradicionais representantes da escola asiática de vôlei.
``Fisicamente, as norte-americanas são muito bem preparadas porque, nas universidades dos EUA, elas contam com a tradição da cultura esportiva", analisa o técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho.
A campanha dos EUA no Mundial, que até agora só perdeu um set, deve-se em grande parte às irmãs Beverly Oden e Elaina Oden.
As estatísticas dos jogos realizados pela equipe até agora comprovam o desempenho das atletas.
Na partida contra o Japão, Elaina foi responsável por quatro dos dez pontos de bloqueio conquistados pelo time, enquanto Beverly deu a equipe quatro de ataque.
Bernardinho aponta também a levantadora Lori Endicott (no jogo de ontem, dos 136 levantamentos realizados pela jogadora, 61 foram considerados excelentes).
``Taticamente elas jogam muito bem, mas continuam pecando na recepção", salienta o técnico brasileiro.
A grande decepção dessa primeira fase do Mundial ficou por conta da Rússia, pelo Grupo C.
A herdeira da ex-URSS (campeã mundial na China em 90) não trouxe a mesma força do antigo império.
O time veio ao Brasil apenas com 11 jogadoras (a levantadora Maria Likhtenchtein adoeceu às vésperas do embarque), sendo que Valentina Oguienko e Evgenia Artamonova, as únicas remanescentes da seleção que ganhou o último Mundial, estão contundidas.
``Se conseguirmos chegar em segundo lugar no grupo vai ser um bom negócio", disse o técnico Nikolai Karpol quando desembarcou em Belo Horizonte.
Apesar de considerar Brasil e Cuba favoritos, garantiu que sua equipe fica entre as melhores do mundo.
A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) promove hoje em São Paulo o sorteio dirigido para a formação do chamado ``grupo da morte", que reúne os segundos e terceiros colocados das chaves A, B, C e D.
Estas oito equipes disputam as quatro vagas para as quartas-de-final e vão enfrentar na próxima sexta-feira as primeiras colocadas dos Grupos A, B, C e D, em jogos que também serão definidos através de sorteio.

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