São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Carne e feijão importados vão custar 25% menos

MARISTELA MAFEI
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

O assessor especial de preços do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, disse ontem em Paris que as grandes redes de supermercados do Brasil poderão importar carne e feijão com preços 25% inferior ao do mercado interno.
Dallari se reuniu com grandes produtores de alimentos da Europa, China e Uruguai que estão em Paris para participar do Sial Dor, a maior feira mundial de alimentos ``in natura" e industrializados, que termina hoje.
Dallari acredita que será possível trazer alimentos mais baratos em no máximo 15 dias.
``Existe disponibilidade de cortes de carne bovina e de feijão do Uruguai, que poderão chegar rapidamente ao país", disse.
Além da carne do Cone Sul, será possível trazer também o produto da Europa. Dallari disse que a Comunidade Européia colocou a disposição do Brasil estoques de 180 mil toneladas do produto.
Junto com Jorio Dauster, embaixador do Brasil para a CE, Dallari esteve com autoridades de Bruxelas no início da semana para sondar a possibilidade da rápida liberação dos estoques. Ainda assim, o produto demora no mínimo 90 dias para chegar ao Brasil.
Na próxima segunda-feira, Dallari deverá convocar os supermercados e os importadores para colocar as condições de compra de carne e feijão no mercado externo.
``O governo vai mostrar todas as opções possíveis, facilitar os contatos e agilizar a parte operacional para que esses alimentos possam chegar ao país rapidamente. Mas a importação terá de ser realizada diretamente pela iniciativa privada", afirmou.
No Sial, representantes de produtores de feijão preto da China procuraram as autoridades brasileiras para ofertar o produto.
Frango
Depois da carne bovina e do feijão, o governo deverá agir para evitar novo pico nos preços da carne de frango.
Segundo Dallari, o governo estuda a possibilidade de solicitar a redução das alíquotas de 10% para zero do produto importado dos Estados Unidos e da Franca.
Commodities
As commodities cujos preços são formados no mercado internacional –caso do alumínio, petroquímica e celulose– já atingiram seu potencial máximo de alta.
``Nos últimos seis meses, o alumínio subiu de US$ 1.100 para US$ 1.730 a tonelada, os petroquímicos saíram do patamar de US$ 550 para US$ 700 e a celulose, de US$ 370 para US$ 620", afirmou.
Ele acredita que a estabilização dos preços das matérias-primas internacionais e a entrada de carne bovina e do feijão deverá evitar puxada nos preços no Brasil.

A jornalista Maristela Mafei viajou a Paris a convite da Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos)

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