São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994 |
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Economia brasileira cresce entre 4% e 6%
SUZANA BARELLI
Divulgado ontem em São Paulo, a análise traz as perspectivas para a economia mundial entre 94 e 96. O cenário pessimista prevê, ainda, uma taxa de inflação estabilizada em 3% ao mês (cerca de 40% ao ano). Deve acontecer se o próximo governo tiver dificuldades em conduzir os ajustes estruturais (revisão constitucional, ajuste do setor público etc.) ``No otimista, acreditamos que o governo Fernando Henrique conseguirá realizar os ajustes estruturais necessários e que a economia deslanchará", diz Ney Brito, diretor da AFI. Neste caso, as taxas de inflação devem se reduzir para cerca de 10% ao ano nos próximos três anos. O PIB (Produto Interno Bruto) ficará entre 4% e 5% em 95 e entre 6% e 7% em 96, sempre segundo o estudo. As medidas de restrição ao consumo, anunciadas pelo governo na semana passada, não devem reverter este quadro. ``São medidas tópicas, de curto prazo, que devem ser retiradas no próximo governo", afirma Brito. No cenário brasileiro, o estudo destaca o contexto de crescimento, favorável à modernização das empresas, e aponta dois problemas no Plano Real: a dificuldade em manter o controle da emissão de moeda e os limites de capacidade de alguns setores (embalagens, por exemplo), junto com as pressões inflacionárias por falta de oferta de produtos. A previsão da Arthur Andersen e da AFI é que haverá, nos próximos anos, a entrada de recursos internacionais tanto no mercado de capitais como em investimentos em infra-estrutura e telecomunicações e na compra de empresas. ``Os investidores internacionais esperam apenas o novo governo apresentar suas medidas para aplicar recursos no país", afirma Fernando Marotta, sócio-diretor da Arthur Andersen. Entre os setores mais favorecidos pela expansão econômica estão o de papel e celulose, o petroquímico, a siderurgia, os serviços financeiros, o comércio varejista e a alimentação. Economia mundial As economias da Europa (liderada pela Alemanha), Japão e Estados Unidos também devem crescer neste triênio. E este desenvolvimento será acompanhado por uma maior demanda por capital e, consequentemente, taxas de juros mais altas. ``Pela primeira vez nos últimos 15 anos haverá um crescimento sincronizado e prolongado das economias norte-americana, japonesa e européia", afirma Brito. O estudo prevê, ainda, uma redução nas taxas de desemprego mundiais. Aponta que não há espaço para aumento da inflação no mundo. Taxas de juros altas, ganhos de produtividade e a maior globalização da economia, afirma Brito, devem manter as taxas em níveis estáveis. Texto Anterior: Bolsa sobe pelo segundo dia consecutivo Próximo Texto: Maeda investe em fábrica de gordura Índice |
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