São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Vendas a prazo caem 15,3% em SP
MÁRCIA DE CHIARA
``Esse é o impacto das medidas adotadas pelo governo para esfriar o consumo", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP. Já na comparação com os mesmos dias de 1993, os números da ACSP mostram que os negócios a prazo são 22,4% maiores. Na avaliação de Alfieri o resultado indica que as medidas não são recessivas no curto prazo. ``Ainda estamos acima do patamar de 93, só que houve uma queda na velocidade do crescimento que antes estava na casa de 40%" A pesquisa da ACSP não indica migração das vendas a prazo para os negócios à vista. Nas vendas à vista houve até um ligeiro recuo. Na segunda e na terça-feira, o número de consultas ao Telecheque ficou 1,2% abaixo da semana anterior e foi 12,3% menor em relação a igual período de 1993. ``As vendas à vista se mantiveram. A queda é sazonal, típica de final de mês", diz Alfieri. Crediário Depois de quase uma semana de convivência com o crédito apertado, a maioria das lojas de varejo ainda não retomou o crediário com prazos mais longos. Levantamento da ACSP revela que a maioria das lojas trabalha com crediário de até cinco vezes e taxas de juros de 9% ao mês. Quem optou por esticar os prazos com recursos próprios passou a cobrar juros de 11% ao mês. Motivo: o capital de giro ficou mais escasso depois da criação do depósito compulsório de 15% sobre os empréstimos, diz Alfieri. O Mappin, por exemplo, que hoje vende em até cinco prestações, mas que antes das medidas chegou a financiar em dez meses, não descarta a possibilidade de aumentar os prazos de pagamento. Também a Casa Centro, que chegou a financiar em até 13 vezes e atualmente tem planos de três pagamentos, quer ver o comportamento do mercado antes de tomar qualquer decisão. Heraldo Infante, diretor, conta que as vendas, tanto à vista quanto a prazo, caíram 20% esta semana na comparação com a anterior. Mas ainda não está nos planos da empresa o cancelamento de pedidos, porque os estoques continuam baixos e as entregas da indústria, especialmente da linha branca, estão atrasadas. O faturamento do comércio na região metropolitana de São Paulo em setembro teve queda de 5,4% em relação a agosto. A pesquisa da Federação do Comércio de São Paulo mostra que, em comparação com setembro de 93, houve crescimento de 26%. Texto Anterior: Maeda investe em fábrica de gordura Próximo Texto: INSS cobrará dívida antiga sobre pró-labore Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |