São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Indústria traz suínos da Europa e Canadá

MAURO ZAFALON: ALINE SORDILI; CLÁUDIO EUGÊNIO
DA REDAÇÃO

As grandes indústrias de carnes de suínos estão importando o produto para manter preços.
A Chapecó importou 200 toneladas de suínos da Argentina e Europa. A Sadia estuda a importação de aproximadamente 300 t de paleta e pernil do Canadá. A Ceval importa matérias-primas.
Alfredo Felipe Sobrinho, da Sadia, diz que as importações de carne suína visam completar a demanda em janeiro, quando alguns fornecedores têm férias coletivas.
Em 1.º de setembro, a arroba do suíno custava em média R$ 19,80 e chegou a R$ 23,54 entre 20 e 26 de outubro. Ontem, o preço estava estável em R$ 23,14, o que já pode ser reflexo das importações.
Para Fernando Cayuella, superintendente da Chapecó, a falta de carne bovina também foi responsável pela alta nos preços dos suínos.
Segundo ele, os preços médios de setembro deste ano (US$ 1,30 o quilo), apesar das importações, ainda estão superiores aos de dezembro de 93 (US$ 0,95, o quilo).
Bovinos
As ameaças de importação de carne fizeram com que o preço ficasse estável ontem em São Paulo. A arroba está cotada entre R$ 35,00 e R$ 35,80.
A pressão nos preços deve continuar até o início de novembro, quando a escassez de oferta (entressafra) e o aumento normal de consumo do início de mês podem elevar os preços a até R$ 40,00.
A análise é de Victor Abouh Nehmi, do Sindipec (Sindicato dos pecuaristas). "Estamos nos piores momentos, mas é passageiro."
A entressafra deste ano foi maior do que o normal, devido à seca. O retorno das chuvas melhora os pastos e a oferta de boi aumenta, derrubando os preços. A maior oferta no Paraná e Rio Grande do Sul ocorre já a partir de 15 de novembro. Em São Paulo, Goiás e Minas Gerais, será a partir de dezembro, segundo Nehmi.
A importação não deve afetar muito o mercado interno, diz Nehmi, já que o país não tem tradição nas compras externas.
O consumo mensal de carne é de 350 mil toneladas. As importações até outubro somam 20 mil toneladas e podem chegar a 50 mil toneladas em 94, o que representa 1% do consumo total.
Para Nehmi, as importações não serão fáceis. A Europa não tem carne, ao contrário do Cone Sul que pode fornecer 10 mil t.
(Mauro Zafalon, Aline Sordili e Cláudio Eugênio)

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