São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994 |
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Moçambique elege novo presidente e Parlamento País africano realiza primeira eleição de sua história FERNANDO ROSSETTI
Concorrem 14 partidos, a maioria formada apenas para receber os US$ 100 mil que a ONU deu a cada um para garantir a realização das eleições. O pleito é resultado de um processo de negociação que pôs fim a uma guerra civil que durou 16 anos (1976 a 1992), matou pelo menos 600 mil pessoas, levou a um êxodo de 1,5 milhão de moçambicanos para outros países africanos e deixou a região devastada. É quase certa a vitória do atual presidente, o socialista Joaquim Chissano, da Frelimo (Frente para a Libertação de Moçambique), que liderou a guerra de independência. Mas cresce o apoio a Afonso Dahlakama, da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana). Considerado um "monstro" na década passada devido às táticas de terror adotada pela sua guerrilha financiada pela África do Sul –que incluía sequestrar crianças para torná-las soldados–, Dahlakama recebeu da ONU US$ 300 mil para fazer da Renamo um partido político. Sua ascensão decorre da corrupção e falência gerada no governo da Frelimo. O grande medo é que as eleições sigam o mesmo rumo que as de Angola, em 1991, quando a Unita não aceitou a derrota e retomou a guerra civil. A ONU tem mais de 6.000 soldados para garantir a paz. Texto Anterior: Petróleo ainda ameaça o Ártico Próximo Texto: Palácio nega que Diana vá se mudar para Nova York Índice |
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