São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 1994
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Medeiros volta à ativa hoje em greve

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos metalúrgicos de São Paulo da base da Força Sindical está programada para começar hoje, na zona sul da cidade, onde estão concentrados cerca de 130 mil trabalhadores.
``A população de São Paulo que nos perdoe, mas a zona sul vai ficar intransitável", afirmou Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
A greve marca a volta de Luiz Antonio de Medeiros à ativa no sindicalismo depois de tentar se eleger governador de São Paulo. Ele é presidente da Força Sindical mas não tem mais nenhum cargo no sindicato em São Paulo.
Medeiros pretende parar a Monark. Paulinho vai para a Villares.
Os trabalhadores das duas empresas –cerca de 6.000– vão sair em ``arrastão" e tentar parar as demais fábricas na região, como Caloi, Metal Leve e MWM. Por volta das 9h haverá concentração na frente da Rolamentos Fag.
Amanhã a ``greve andorinha", como foi batizada, migra para Piracicaba, Americana e Sta. Bárbara do D'Oeste, onde trabalham cerca de 21 mil metalúrgicos.
``Será uma greve longa, no mínimo até o dia 11", disse Paulinho. A priori, todos os setores patronais envolvidos nas negociações serão paralisados, fora as montadoras. ``Queremos que elas nos ajudem a pressionar o setor de autopeças. Sem componentes, as montadoras param sozinhas."
Mas, segundo Paulinho, se algum setor fechar acordo, ficará livre da paralisação.
``Poderemos estragar o Natal de muito empresário", disse Paulinho. Os sindicalistas, dependendo do andamento das negociações, podem concentrar a greve em setores de pequena capacidade ociosa e com crescimento muito expressivo das vendas no Natal, como por exemplo eletroeletrônicos.
Na base da Força Sindical no Estado de São Paulo há cerca de 800 mil metalúrgicos que têm data-base em 1º de novembro e pedem 69,69% de aumento salarial.
Os empresários oferecem índices que vão dos 15,67% previstos pela lei a 18%, sempre descontando as antecipações. A categoria obteve antecipações que vão de 10% a 44%. Ou seja, muita gente ficaria sem reajuste na data-base.
Julgamento do dissídio
Hoje, o Sindicato das Indústrias de Esquadrias e Construções Metálicas do Estado de São Paulo entra com pedido de julgamento do dissídio dos metalúrgicos junto ao Tribunal Regional do Trabalho. É o segundo sindicato patronal a tomar a iniciativa. O primeiro foi o Sindipeças (setor de autopeças).

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