São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 1994
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Abono é saída para químicos

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um abono deve ser mais uma vez a saída para acabar com o impasse nas negociações entre trabalhadores e empregados, agora no setor químico.
Desde a implantação do real, duas categorias –os metalúrgicos das montadoras de veículos e os bancários– já aceitaram um abono para fechar acordo.
Os metalúrgicos, depois de uma greve de uma semana, conseguiram um ``prêmio de produtividade" de 59 horas e meia pago somente este mês.
Os bancários obtiveram na data-base, em setembro, um ``cheque-cesta-alimentação" de R$ 80 a ser pago todo mês.
Agora, a Fiesp dá sinais aos químicos que vai propor um ``prêmio de produtividade", diz Edilson Oliveira, da federação dos químicos da CUT.
A Renner, do setor de tintas com cerca de 2.000 trabalhadores, já concedeu um ``prêmio de produtividade" de R$ 240, não incorporado aos salários e a ser pago em um só mês.
O abono corresponde quase a um 14º salário, visto que a remuneração média da categoria no Estado é de R$ 270 e de R$ 330 na cidade de São Paulo.
Edilson afirma que Roberto Ferraiuolo, negociador da Fiesp, é sócio da Renner.
Outra empresa importante, a 3M, do setor de abrasivos, com cerca de 3.000 funcionários, também já concedeu ``prêmio de produtividade" de R$ 300.
Os químicos consideram que há possibilidade de acordo a partir daí desde que haja avanço em no sete cláusulas sociais do setor químico e cinco do setor de abrasivos.
``Podemos discutir com os empresários nessa linha e até evitar greve, marcada indicativamente para o dia 7", disse Danilo Pereira da Silva, presidente da federação independente dos químicos.
Para os empresários, o abono tem a vantagem de não ser incorporado aos salários (sobre ele não incidirem os encargos trabalhistas) e de evitar a greve.
A categoria (330 mil) entrou nas negociações pedindo 125% de reajuste mais 15% de aumento real. A Fiesp apresenta contraproposta hoje, mas não deve se afastar muito da lei salarial (15,67% menos antecipações, de 15% na média).(CPL)

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