São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 1994
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Tucano mantém tradição

DA REDAÇÃO

A viagem programada por Fernando Henrique Cardoso segue tradição iniciada por Campos Sales em 1898. Desde então, oito eleitos viajaram antes da posse.
A primeira viagem de FHC será para os países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai). A segunda, para Europa e Ásia.
``Essa tradição de presidente eleito viajar ao exterior decorre do fato de que, geralmente, o presidente eleito não é conhecido. Não é bem o meu caso", diz FHC.
Na realidade, este não tem sido o principal motivo das viagens –uma mistura de turismo oficial com a necessidade de se afastar de problemas internos.
JK, por exemplo, diz no livro ``Meu Caminho para Brasília" que queria se afastar ``por algum tempo da cena política nacional, de forma a permitir que as paixões serenassem". Havia um movimento liderado pela extinta UDN e por militares para impedir sua posse.
Costa e Silva, segundo o general Jayme Portella (em ``A Revolução e o governo Costa e Silva"), deixou o Brasil a conselho do presidente Castello Branco, por causa de problemas internos. Costa e Silva tentou marcar audiência com o presidente Charles de Gaulle, que se recusou a recebê-lo.
Tancredo Neves viajou na condição de primeiro presidente civil após 21 anos de regime militar. Discutiu a renegociação da dívida externa com Ronald Reagan e foi recebido pelo papa João Paulo 2º, entre outras autoridades, deixando no Brasil as pressões para a composição do ministério.
Jânio Quadros, que ficou mais tempo fora (quase quatro meses), foi o único que não deu caráter oficial à viagem. Ele estava acompanhado da mãe, mulher e filha.
O caso mais curioso é o do ex-presidente Epitácio Pessoa. Estava na França quando foi lançado candidato à Presidência e lá permaneceu até ser eleito. Ele chefiava a delegação brasileira à Conferência de Paz após a 1ª Guerra.

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