São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 1994
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Bando invade hospital no Rio e resgata acusado de assalto

DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 15 homens armados invadiram ontem o hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, e resgataram um interno, acusado de assalto a banco e tentativa de homicídio.
O prefeito César Maia (PMDB) anunciou que vai proibir o atendimento, nos hospitais municipais, de presos sob custódia da PM.
Foi a segunda vez este ano que houve resgate de presos da sala de custódia do Souza Aguiar, o maior hospital de emergência do Estado.
O bando, armado com revólveres, fuzis e uma minimetralhadora, invadiu o hospital por volta das 8h, quando ocorre a troca dos policiais.
O objetivo era resgatar Oscival Guimarães de Sousa, 29, preso em 17 de setembro. Ele baleara um policial na rodoviária do Rio ao tentar fugir para o Paraguai, após um assalto a banco em Niterói.
O líder do grupo, Marcos Lopes dos Santos, 27, entrou como doente no hospital na noite anterior.
O grupo se dividiu em três, levando quatro guardas como reféns até o terceiro andar, onde fica a custódia, e rendendo os dois policiais de plantão.
Na saída, houve troca de tiros entre os invasores e policiais. O líder do grupo foi morto com um tiro na cabeça.
Segundo o delegado da 4ª Delegacia de Polícia, Rubem Campos, 36, ``tudo leva a crer" que a quadrilha era procedente de Niterói, na região metropolitana do Rio.
Tentativa de fuga
Policiais da Polinter (Divisão de Capturas da Polícia Interestadual), no centro do Rio, evitaram, às 12h de ontem, o que seria uma fuga em massa de presos, ao trocar tiros com três presos armados.
Não houve feridos. A Polinter vai abrir sindicância para apurar como os presos conseguiram as armas: dois revólveres calibre 38 e uma pistola calibre 45, de uso privativo das Forças Armadas.
No segundo andar da Polinter estão presos os bicheiros Castor de Andrade, seu filho, Paulo Andrade, Ailton Guimarães e José Petrus.
A tentativa de fuga ocorreu na carceragem do térreo, onde estão 380 presos, entre eles o ator Guilherme de Pádua –acusado de participar do assassinato de Daniella Perez.
Segundo o diretor da Polinter, Carlos de Souza Oliveira, o ator está na cela um e não participou do episódio. Os três líderes da tentativa serraram as grades das celas seis e oito.
Oliveira disse que André Marcelino Santana, 21, Marcelo Luis de Carvalho Silva, 22, e Sérgio Virgínio Andrade, 38, foram vistos no hall que separa as celas da sala dos carcereiros.
O delegado afirmou que houve troca de tiros, mas os três foram dominados. Em meio à confusão, policiais do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada) haviam cercado o prédio da Polinter.

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