São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994 |
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Garoto é morto por policial em favela
CRISTINA GRILLO
Rogério morreu com dois tiros na cabeça. Além dele, segundo moradores, uma menina de 2 anos teria sido baleada na perna. Revoltados com a morte do menino, moradores da favela fecharam ontem pela manhã a avenida dos Democráticos, uma das principais do bairro. Policiais do 22º Batalhão da PM dissolveram a manifestação e reabriram a avenida. Hildebrando Luis de Freitas, pai de Rogério, disse que o filho saía de uma vendinha, por volta das 21h, quando foi atingido. "Eles entraram atirando e batendo nas pessoas. Apagaram as luzes da favela antes de entrar." N., 13, estava ao lado de Rogério e disse ter sido ameaçado pelos policiais. "Eles me deram uns cascudos e disseram que vão me jogar no rio se eu abrir a boca." O comandante do 22º Batalhão, Jorge Mendonça Pereira Duarte, disse que houve troca de tiros entre policiais e traficantes. Segundo ele, Rogério estava envolvido com o tráfico. "Temos informações de que esse menino veio morar aqui há dois meses e que se ligou ao movimento." Hildebrando negou o envolvimento do filho com o tráfico. Segundo ele, o menino trabalhava lavando vidros de carros num cruzamento em frente à 21ª Delegacia Policial (Bonsucesso). O comandante do 22º Batalhão afirmou que vai apurar o que aconteceu. Numa nova incursão, policiais civis apreenderam ontem 30 quilos de pasta de cocaína na favela Nova Brasília (Bonsucesso, zona norte). Sete pessoas foram presas. Cinco carros roubados e uma motocicleta foram apreendidos. Policiais da 29ª Delegacia Policial (Madureira, zona norte) foram ao morro tentar prender um homem identificado como Sérgio Martins. Ele seria foragido e estaria condenado por roubo de carros forte. Houve um rápido tiroteio enquanto os policiais entravam na favela. Sergio Martins não foi encontrado. Texto Anterior: Sequestro no Espírito Santo já dura 9 dias Próximo Texto: Grupo armado mata 4 em Olaria Índice |
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