São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994
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Militar 'tranquilo-durão' comandará ação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA SUCURSAL DO RIO

O general-de-brigada Roberto Jugurtha Câmara Senna, 53, será o coordenador da operação conjunta de combate ao crime no Rio.
Em Brasília, ele é definido como um militar "tranquilo-durão" pelos oficiais que já trabalharam com ele.
O general é carioca e foi escolhido por dois motivos óbvios: participou da montagem do esquema de segurança da Eco 92, a conferência mundial sobre meio ambiente, e foi até o início deste ano o homem do planejamento estratégico do CML (Comando Militar do Leste).
Promovido ao posto em março deste ano, Câmara Senna, como é conhecido no meio militar, ocupou até essa data a chefia da seção de Planejamento do CML. Nessa função, mapeou toda a cidade do Rio.
Na época da Eco 92, Câmara Senna tinha patente de coronel. No encontro, trabalhou subordinado diretamente ao general Ângelo Barata Filho, comandante militar do leste na época e coordenador do esquema de segurança do evento.
Trabalhava no centro de operação e controle montado pelo Comando Militar da Leste (CML).
O sucesso do plano de segurança posto em prática na Eco 92 estreitou o relacionamento entre Câmara Senna e Barata Filho.
Ao ser promovido para general-de-brigada, Câmara Senna convidou seu antigo comandante, que já estava na reserva, para ser seu padrinho na cerimônia de entrega da espada de general.
Convênio
A ação no Rio foi definida anteontem em Brasília em encontro do presidente Itamar Franco com o governador do Rio, Nilo Batista.
Durante a reunião, foi assinado um convênio estabelecendo a criação do comando único das Forças Armadas e a colaboração da União com o Estado para a repressão ao contrabando de armas e o combate ao narcotráfico.
O comando único terá sob seu controle as Polícias Militar, Civil e Federal no Rio.
A ação do comando deve começar antes mesmo do segundo turno das eleições (dia 15 de novembro) e vai até dia 30 de dezembro, podendo ser prorrogado.
Na ação vão ser usados 30 mil homens do Exército, 11,5 mil da Polícia Civil, 28,5 mil da Polícia Militar, 800 da Polícia Federal e 850 da Polícia Rodoviária Federal.
No total, serão 71.650 homens subordinados ao comando único.
Os militares darão ainda apoio logístico para as operações

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