São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994
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Coleção primavera-verão

THALES DE MENEZES

Nessa época, as fábricas de roupas para tenistas nos EUA e Europa estão entrando em balanço. Passou o verão no norte do planeta, quando aconteceram as maiores vendas do ano. Agora, os departamentos de criação dessas fábricas começam a pensar no verão de 95.
Pensando nisso, dá para fazer um balanço das roupas ou acessórios que alguns tenistas lançaram este ano. Às vezes, são peças que surgiram de iniciativas individuais dos tenistas e depois são assimiladas pela indústria.
O tênis preto e branco que Andre Agassi usou na conquista do US Open é a nova moda entre a garotada. Diferente de outros modelos, que espalham detalhes coloridos por cima do tênis branco, o Nike de Agassi tem uma divisão horizontal, separando o calçado em duas partes: branco embaixo e preto em cima. Com o cano alto, não parece apropriado para jogar tênis, mas os fãs de Agassi não estão preocupados com isso.
Pete Sampras tratou de lançar moda também. A partir dos torneios europeus do meio do ano, adotou um visual "nostálgico" usando um modelo de calção bem folgadão, como aqueles que os tenistas usavam nos anos 50 e 60. Sampras não deve ser um sujeito supersticioso, já que continua usando o "shortão", apesar de a adoção desse novo modelo coincidir com uma má fase do melhor tenista do mundo, sofrendo com contusões há seis meses.
Na mesma linha nostálgica, Mary Pierce, vice-campeã de Roland Garros, relançou outra tendência nas quadras este ano: o vestidinho. Estava praticamente aposentando desde que Chris Evert cansou de se preocupar em evitar fotos "reveladoras" e optou por usar camiseta e saia.
O motivo que afastou o vestido das quadras é que ele "sobe" demais quando as atletas executam os movimentos de saque e smash. O giro do ombro puxa o vestido para cima. Mary Pierce resolveu a questão usando por baixo uma bermuda curta de lycra. Com o sucesso dela, as marcas de sportswear voltam a incluir vestidos em suas linhas para tênis.
A queda de Jim Courier no ranking –de 1º a 15º em 13 meses– fez cair a cotação do boné, sua marca registrada. Os que insistem no estilo preferem cada vez mais usá-lo com a aba virada para trás, como os rappers. O boné virado está se tornando uma espécie de amuleto para o croata Goran Ivanisevic, nº 2 do ranking, que o usa até durante jogos em quadras cobertas.

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