São Paulo, sábado, 5 de novembro de 1994
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Sonho provisório

Com apenas dois meses de poder pela frente, o grupo de Juiz de Fora, que acompanha Itamar, anda indócil na busca de garantias para o futuro.
Foi neste cenário de angústias que um assessor do presidente lembrou, na semana passada, a trágica história do embaixador Raimundo de Souza Dantas.
Até 1960, o jornalista e funcionário público Souza Dantas ocupava um modesto cargo no Ministério da Fazenda, no Rio de Janeiro. A sua única diferença em relação aos colegas era ser amigo do então presidente eleito, Jânio Quadros.
Depois da posse, Jânio não demorou a querer dar um cargo diplomático a Souza Dantas. E o nomeou embaixador em Gana.
Com o título pomposo, Souza Dantas trocou o Rio pela longínqua Acra. Ficou por lá até Jânio renunciar, três meses depois. Sem o padrinho, acabou voltando para sua saleta no Ministério da Fazenda. Ali, percebeu que a readaptação seria dolorosa.
Tão logo reassumiu, um contínuo de seu setor o saudou, cheio de ironias:
– Bom dia, embaixador. Já bateu o ponto, embaixador?

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