São Paulo, sábado, 5 de novembro de 1994
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Militares se protegem de traficantes

SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

As Forças Armadas resolveram reforçar a segurança de suas instituições e homens no Rio. Hoje, um dia após a morte a tiros do tenente Marcos Paulo Lisboa Marinho, próximo a uma favela na zona norte, a cidade ficou cheia de barreiras policiais nas ruas, pistas interditadas e até uma barricada de sacos de areia no portão de um hospital militar.
Desde a madrugada, 30 fuzileiros navais estão de plantão ao redor do hospital Marcílio Dias, da Marinha, situado em Lins de Vasconcelos, subúrbio da zona norte.
Vizinho dos morros da Cachoeirinha, Cachoeira e Gambá, o Marcílio Dias tem nas paredes marcas de tiros disparados da favela.
Além dos fuzileiros armados com metralhadoras, fuzis e pistolas e vestidos com coletes a prova de balas e roupas camufladas, a Marinha colocou em frente à entrada do hospital uma barricada de sacos de areia.
Atrás da barricada, um fuzileiro permanece de plantão com uma metralhadora de tripé.
Nas proximidades do hospital Central do Exército, em Benfica (zona norte), a PM parou carros e exigiu documentos dos motoristas anteontem à noite.
O Exército também reforçou a segurança do hospital. Uma barreira antes da entrada do hospital –com soldados armados- impede a aproximação de desconhecidos.
O Comando Militar do Leste determinou que seus homens evitem andar fardados fora dos quartéis. Também a obrigação do corte do cabelo está sendo relaxada. A idéia é evitar que os soldados sejam reconhecidos como do Exército quando não estiverem em ação.
A Polícia Rodoviária Federal realizou de manhã uma blitz de fiscalização na pista sentido Niterói da ponte Rio-Niterói.
A Polícia Militar montou barreiras em alguns dos principais pontos de passagem do Rio, como as avenidas Brasil –altura de Bangu (zona oeste)– e Venceslau Brás, em Botafogo (zona sul).
Outra morte
O cabo de reserva da Marinha Dirceu Alves da Gama, 45, e Ezequiel de Souza Pereira, 30, foram mortos com tiros na cabeça na manhã de ontem no bairro de Anchieta, zona norte do Rio.
Policiais da 3ª DP, em Ricardo de Albuquerque, não tinham pistas sobre o crime.
Gama e Pereira, motorista desempregado, foram assassinados nas proximidades do conjunto habitacional Vilaje Pavuna. Os dois moravam em Anchieta.
Colaborou a Sucursal de Brasília

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sobre ação federal no Rio na pág. 3

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