São Paulo, sábado, 5 de novembro de 1994
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Exposição apresenta trabalhos de Lina Bo Bardi ao público inglês

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

Os ingleses estão tendo a oportunidade de conhecer de perto uma síntese do trabalho da arquiteta Lina Bo Bardi, em uma exposição no Instituto Real de Arquitetos Britânicos, aberta na última segunda-feira, em Londres.
A exposição, apresentada em São Paulo em agosto do ano passado, reúne rascunhos, maquetes e fotos dos principais projetos de Lina, como o Masp (Museu de Arte de São Paulo) e o Sesc-Pompéia.
Como primeira apresentação organizada do trabalho da arquiteta, a exposição tem preocupação didática, com a exibição simultânea de um documentário em vídeo.
Mais do que uma arquiteta de projetos monumentais, Lina é apresentada ao público inglês como principalmente alguém que pensava em servir a comunidade.
Como diz um texto escrito por ela e exposto na mostra: "Eu vejo cultura como uma interação social, como liberdade de escolha".
Esta visão pode ser percebida nos trabalhos da arquiteta, em que a busca pelo amplo espaço e luz é marcante, seja no vão livre do Masp ou nas salas da sua residência, a "casa de vidro".
A divulgação do próprio trabalho nunca foi uma grande preocupação de Lina. "Ela não gostava muito de aparecer", disse sua irmã, Graziella Bo Valentinetti, vice-presidente do Instituto Lina Bo e P.M.Bardi.
"Nós achamos que, depois que ela morreu, era nosso dever mostrar seu trabalho", afirmou Graziella. Segundo ela, o projeto de maior realização pessoal para Lina foi o do Sesc-Pompéia. "Foi o trabalho que ela fez com maior prazer."
Além das obras bem-sucedidas, a exposição mostra também o projeto do Palácio das Indústrias como a nova sede da prefeitura de São Paulo, que não chegou a ser implantado totalmente.
A prefeitura foi transferida, mas o anexo que ficaria no lugar do viaduto Diário Popular ficou no papel, por causa da recusa do prefeito Paulo Maluf em derrubar o viaduto.
A exposição passou por Lisboa e Barcelona antes de Londres. Depois, vai até Milão, onde Lina começou sua carreira. Passa ainda por Genebra, Paris e Nova York. (Rogério Simões)

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