São Paulo, sábado, 5 de novembro de 1994
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Filme respeita a narrativa do livro de Shelley

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

Depois de uma noite de gala no centro de Londres, em que foi sentida a ausência da "criatura" Robert De Niro, estreou ontem na Inglaterra "Mary Shelley's Frankenstein", dirigido por Kenneth Branagh.
O filme, produzido por Francis Ford Coppola, liga definitivamente Branagh à indústria cinematográfica norte-americana.
O diretor fez questão de filmá-lo na Grã-Bretanha para reafirmar suas origens. Mas o destino de "Frankenstein" é o grande público, que certamente vai lotar as salas em que for apresentado.
A obra de Branagh, que também interpreta o obcecado cientista Victor Frankenstein, respeita a narrativa do livro de Mary Shelley.
Começa muito bem, com uma bela reconstituição da viagem do capitão Robert Walton ao pólo Norte e seu encontro com Frankenstein, que conta então a história de sua vida.
Branagh rompe com a narrativa teatral que causou tanto impacto em "Henrique 5º" e "Muito Barulho Por Nada", o que dá fôlego à história, mas enfraquece muitas de suas cenas.
Até o início das experiências de Frankenstein, o filme é uma coleção de pequenas situações, contadas de forma superficial.
Ficam prejudicados alguns sentimentos do cientista e a sua relação de amor e posse com a irmã de criação/amante Elizabeth (Helena Bonham Carter).
A cena do nascimento da criatura é impecável. A presença de De Niro, com o espírito de vingança já visto em "Cabo Do Medo", dá novo ritmo ao filme, que ganha então os elementos de terror.
"Mary Shelley's Frankenstein" tem como agradável surpresa a participação de John Cleese, um professor que inspira parte das pesquisas do jovem Victor.
O ator disse que evitou qualquer sorriso para que as pessoas não começassem a rir assim que ele aparecesse na tela.

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