São Paulo, sábado, 5 de novembro de 1994
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Mulher que mobillizou os EUA para procurar filhos confessa assassinato

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A mulher de 23 anos que manteve os EUA em aflição por nove dias depois de ter denunciado que um homem negro havia sequestrado seus dois filhos foi acusada ontem de ter assassinado os meninos.
Susan Smith, presa na quinta-feira, confessou ter jogado seu automóvel num lago na pequena cidade de Union, Carolina do Sul, onde residia, com as crianças atadas em cintos de segurança no banco traseiro.
Michael, 3, e Alex, 14 meses, morreram afogados. Seu desaparecimento provocou comoção nacional. A polícia federal (FBI) os estava procurando por todo o país. O assunto ocupava grande destaque nos jornais e TV.
A polícia de Union não divulgou os termos da confissão da mãe. Ela não confirma nem desmente a versão de que foi encontrada na casa dela a carta de um homem que dizia amá-la e querer ficar com ela, mas sem os filhos.
Susan e David Smith se divorciaram em setembro. Ela ganhou a guarda das crianças. Segundo a polícia, ela agiu sozinha ao matar os meninos.
Ela abriu mão ontem do direito de aguardar o julgamento em liberdade. Está presa em local não divulgado por razões de segurança. Há grande revolta contra ela na comunidade de Union.
Ao entrar e sair do carro policial que a conduziu ao tribunal, Susan Smith ouviu dezenas de pessoas gritarem para ela: "Levante a cabeça, assassina de bebês" ou "Você vai ter o que merece".
Susan Smith pode ser condenada à morte se o júri a considerar culpada do duplo homicídio de seus filhos.

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