São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
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Franceses já estão habituados

DE PARIS

Um dos argumentos de Charles Pasqua para fazer aprovar sua lei é a intenção de regulamentar uma situação que já existe de fato.
Em vários lugares os franceses são vigiados por câmeras: no metrô, nos supermercados, perto de prédios públicos, em estacionamentos e aeroportos. O mesmo ocorre em vários outros países.
Alguns hipermercados franceses dispõem de equipamentos sofisticados, que gravam as imagens de cada câmera e podem obter cópias fotográficas de uma imagem.
Nenhuma lei controla o uso dessas imagens. Mas, recentemente, a Justiça francesa impediu uma loja de demitir uma funcionária que desviou dinheiro do caixa.
A funcionária não sabia que estava sendo filmada. Por isso, o tribunal decidiu que as imagens gravadas não podiam servir como prova contra ela.
Ao defender seu projeto no parlamento, Charles Pasqua provocou os adversários da idéia: Acho que já vi câmeras na rua de Solférino e na praça Colonel-Fabien.
Ele se referia, pela ordem, aos partidos Socialista e Comunista, que se opõem à lei, mas filmam os arredores de suas sedes.
Pasqua esqueceu de dizer que a rua onde se encontra seu ministério também é vigiada por cinco câmeras. O mesmo ocorre nas sedes de outros partidos, como a Frente Nacional, de extrema-direita.

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