São Paulo, segunda-feira, 14 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Barba, cabelo e bigode

MARCELO CHERTO; MARCUS RIZZO

MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZO
O Brasil vem sendo assolado por uma verdadeira febre de franchising. A maioria dos empresários que conhecemos ou já está franqueando alguma coisa ou está buscando o que franquear. Tem gente até "inventando" o que não dá para ser inventado. Para ser bem verdadeiro, tem fulano que, como diria o saudoso Stanislaw Ponte Preta, já está cruzando cabra com periscópio, para ver se consegue um bode expiatório.
No meio dessa zorra (no sentido mais positivo da expressão), há um nicho super promissor e ainda praticamente inexplorado. As razões? Não nos pergunte, caro leitor. Nós somos os primeiros a não entender. Que nicho é esse? O dos "templos da vaidade": os salões de cabeleireiros. É bem verdade que há duas ou três empresas que já lançaram suas franquias nesse mercado. O fizeram, porém, com timidez ou outra característica qualquer que faz com que não exista nenhuma rede, nesse segmento, que seja reconhecida a nível nacional.
E o pior é que várias empresas do ramo teriam tudo para dar certo como franqueadoras. Bastaria que fossem tão profissionais nisso, como são em matéria de corte e penteado de cabelos. Alguns exemplos: L'Officiel, Beka e Soho com seu jeitão japonês contemporâneo.
Nos EUA, há montes de franqueadores desse tipo. A maioria com muito sucesso. Uma delas é a We Care Hair, controlada por John Amico, fundador da Hair Performers e por Fred DeLuca, que não por acaso é também o fundador e presidente eterno da Subway (que acaba de aportar por estas bandas). Aliás, uma vez perguntamos a ele que diabo tem a ver sanduíche e cabelo. E ele, impávido: "Meu negócio não é vender sanduíches, nem cortar cabelos. Meu negócio é franchising. Do que, não interessa." Sai dessa, jacaré!
Fundada em 1985, a We Care Hair tem hoje mais de 200 franquias em funcionamento, além de 3 unidades próprias. Está longe de ser a maior rede do ramo. Bem maiores do que ela são a Fantastic Sam's e as The Barbers, Cost Cutters e City Looks (as três controladas por uma única empresa franqueadora, de Minneapolis). Isso sem falar na própria Hair Performers.
A We Care Hair tem um marketing bem agressivo. Todo o seu material de vendas enfatiza que a rede oferece alta qualidade por preços bem camaradas.
A seus franqueados, a empresa garante: treinamento completo, manuais, um sistema de controle de administração e contabilidade do salão que simplifica muito a vida, marketing cooperativado e consultoria de campo profissional. O mínimo, aliás, que qualquer empresa franqueadora deveria fornecer.

MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZO são diretores da Cherto & Rizzo Franchising e do Instituto Franchising, professores da FGV e da Franchising University e autores de diversos livros sobre franchising.

Texto Anterior: Política salarial e inflação
Próximo Texto: Shoppings vão dar imóvel e carro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.