São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 1994
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ACM já exige privilégios e 'nomeia' Sarney

GUSTAVO PATU; FERNANDO GODINHO; RAQUEL ULHÔA; EUMANO SILVA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador eleito pela Bahia, Antônio Carlos Magalhães (PFL), aproveitou sua passagem por Brasília para pressionar o governo federal por um empréstimo subsidiado aos produtores de cacau. Na arena política, antecipou-se e disse que o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) é o nome mais indicado para presidir o Senado.
Assessores políticos de FHC e a cúpula tucana têm tentado barrar a candidatura de Sarney, considerado excessivamente próximo do PFL, embora não íntimo de ACM.
Cacau
ACM quer que o governo injete R$ 200 milhões no setor cacaueiro sem correção e carência de quatro anos. Os produtores estão em atraso na dívida de R$ 60 milhões que têm com o Banco do Brasil.
ACM está reivindicando o empréstimo apoiado em dois trunfos: seu apoio à candidatura de FHC e sua boa relação com o ministro da Fazenda, Ciro Gomes.
O dinheiro não viria apenas do BB, mas também de recursos do Tesouro Nacional. Nos últimos dois dias, ACM se reuniu com Ciro, com o presidente Itamar Franco e com a diretoria do BB.
Após a reunião de ontem com ACM, a diretoria do BB proibiu a divulgação dos números referentes à dívida dos cacauicultores.
Sarney
Sobre a presidência do Senado, ACM afirmou ontem que Sarney é o nome mais forte para o cargo "até por falta de opção".
As opções no PMDB, até agora, eram, além de Sarney, Pedro Simon (RS) e iris Rezende (GO).
A eleição de Sarney foi um dos assuntos tratados anteontem à noite em encontro de ACM com o presidente eleito.
O próprio Sarney já deflagrou ontem sua campanha buscando apoio dentro e fora do partido.
Ele disse que deve ser o candidato do PMDB. Sarney se encontrou com ACM e visitou o presidente do Congresso, senador Humberto Lucena (PMDB-PB), de quem obteve apoio.
No fim da tarde, o ex-presidente foi ao Palácio do Planalto conversar com Itamar: "Coloquei meu nome porque tenho respaldo e grande confiança do partido", afirmou à Folha.
Sarney minimizou as candidaturas de seus colegas Simon e Íris: "O Simon me disse que não é candidato". Iris disse, no entanto, que mantém sua candidatura.
(Gustavo Patu, Fernando Godinho, Raquel Ulhôa e Eumano Silva)

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