São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 1994
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Eleito adota estilo Tancredo para definir futura equipe

GABRIELA WOLTHERS ; VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

VALDO CRUZ
Secretário de Redação da Sucursal de Brasília
O presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, resolveu adotar o estilo consagrado pelo ex-presidente Tancredo Neves para definir os nomes de seu futuro ministério.
Sua estratégia consiste em sinalizar para os ministeriáveis que necessitará do seu trabalho no governo, mas deixa em aberto qual será a vaga.
Com isso, FHC mostra que aprendeu a lição vivenciada por ele próprio quando Tancredo montava seu governo em 1985.
O ex-presidente indicou ao tucano que ele faria parte de sua equipe. FHC pensou que iria para o Ministério das Relações Exteriores.
Mas o ex-presidente acabou convencendo-o a ocupar um cargo que nem existia na época –o de líder do governo no Congresso.
Segundo seus assessores, a tática de FHC é manter em sigilo seu ministério até ele estar fechado. Assim, cria condições de ir remanejando os nomes caso algum imprevisto ocorra.
Quando você convida uma pessoa e ela conta só para mais uma, onze pessoas acabam tomando conhecimento. Se a pessoa conta para mais uma, 111 ficam sabendo", costuma repetir o presidente eleito.
O presidente eleito já definiu nomes do seu primeiro escalão, mas não define os cargos nem daquelas pessoas cuja presença no governo é certa. O coordenador de seu programa de governo, Paulo Renato Souza, e o deputado Nelson Jobim (PMDB-RS) estão nesta situação.
O próprio presidente eleito confirmou que Souza e Jobim participarão do governo. O primeiro é mais cotado para a Secretaria do Planejamento.
Jobim quer o Ministério da Justiça. FHC, no entanto, pode indicá-lo para chefiar a Advocacia Geral da União ou a Consultoria Geral da Presidência.
O secretário-geral do PSDB, Sergio Motta, principal coordenador da campanha de FHC, já foi cotado para o Ministério das Minas e Energia, mas os assessores do presidente eleito afirmam que, no momento, o tucano prefere que ele chefie o Ministério das Comunicações.

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