São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 1994
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Bolsa reage com boato de ajuda a bancos

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado acionário registrou ontem forte variação. O índice da Bolsa de Valores de São Paulo chegou a cair 5,9%, fechando com alta de 0,25%.
As Bolsas vivem ao sabor dos boatos com valores reduzidos de operações. Os operadores começaram o dia com fortes rumores de liquidação de uma dúzia de pequenas instituições financeiras.
Os índices das Bolsas caíram durante todo o período da manhã. No início da tarde, surgiram rumores de que o Banco Central iria socorrer as instituições em dificuldades através de flexibilização dos depósitos compulsórios sobre empréstimos e captação a prazo. O índice da Bolsa voltou a subir até atingir 0,25% de alta no fechamento.
No início da noite houve a confirmação da liquidação da instituição Bancorp, que foi alvo dos rumores durante todo o dia.
A "crise de liquidez" do mercado financeiro está prejudicando bancos que se financiavam –empréstimos e títulos de médio prazo– com a captação de um dia para outro no mercado interbancário (CDI).
A desconfiança acentuada dos operadores fechou o crédito para bancos de pequeno porte e que tiveram como alternativa recorrer ao Banco Central.
A ajuda a esses bancos não foi suficiente para evitar a insolvência. A "onda de liquidações" se acentuou após as eleições de segundo turno.
O BC começou a realizar, então, a liquidação desses bancos, preservando, apenas as instituições estaduais.
O efeito das medidas do Banco Central será uma concentração do mercado financeiro, em um processo oposto à abertura para novos bancos múltiplos iniciado no governo Sarney.
O BC realizou ontem leilão de Bônus do Banco Central com prazo de 35 dias. Os papéis saíram com taxa/over de 5,708% ao mês.
Os juros dos CDBs mantiveram-se no mesmo patamar em relação à equivalência com o dia anterior, refletindo a estabilidade no índice de custo de vida da Fipe.
O Banco Central não interveio ontem no mercado cambial. Houve retração nas exportações e aumento no fechamento de câmbio para importações.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,140% no último dia 18. As taxas variaram entre 5,90% e 5,95% ao mês. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas variaram entre 6,02% e 6,09% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 3,1791% no dia 23. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 45% e 67,6% ao ano. Os papéis pós-fixados de 120 dias pagaram taxas entre 17% e 17,5% ao ano.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: as taxas variaram entre 7,24% e 7,34% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 80% e 85% ao ano.
No exterior
Prime rate: 8,50%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 44.948 pontos, com alta de 0,25% e volume financeiro de R$ 268,57 milhões. Rio: alta de 0,80% (I-Senn), fechando com 19.630 pontos e volume financeiro de R$ 31,45 milhões.
Bolsas no exterior
O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.369,10 pontos, contra 2.399,80 pontos no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 18.962,99 pontos, contra 19.121,72 pontos no pregão anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,835 (compra) e R$ 0,837 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado no dia anterior a R$ 0,833 (compra) e por R$ 0,835 (venda). "Black": R$ 0,830 (compra) e R$ 0,840 (venda). "Black" cabo: R$ 0,835 (compra) e R$ 0,836 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,815 (compra) e R$ 0,845 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,29%, fechando a R$ 10,32 o grama na BM&F, movimentando 2 toneladas.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para novembro foi de 4,13% ao mês e 4,26% ao mês para dezembro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,845 para novembro, R$ 0,871 para dezembro e de R$ 0,898 para janeiro.
O índice Bovespa no mercado futuro para dezembro passou de 46.200 pontos.

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