São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
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Futebol se consolida como segundo esporte no Japão

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A NAGOYA

Tsubasa, 18, é o artilheiro e capitão de seu time. Um herói no Japão, seu último feito foi marcar três gols na partida decisiva do campeonato.
Seu clube é o São Paulo. O jogo foi contra o Flamengo e a partida valia o título do Campeonato Brasileiro de futebol.
Tsubasa é um personagem de mangá, uma história em quadrinhos. As aventuras do destemido jogador de futebol são um dos maiores sucessos da "Shonen Jump", a revista de maior circulação do planeta.
A tiragem da publicação soa absurda para ouvidos brasileiros. Nada menos que 6 milhões de exemplares. Por semana.
Com o mesmo apetite, os ávidos torcedores japoneses"consomem" o futebol –que já é o segundo esporte mais preferido no país.
Com 9% das indicações, ainda está longe do beisebol, o esporte nacional do Japão, preferido por 35% da população.
Mas já bate as corridas de cavalo, o sumô e o golfe. É bom lembrar que a J-League, a liga profissional de futebol japonês, está apenas em sua segunda temporada.
A final deste ano acontece entre Verdy Kawasaky, campeão do ano passado, e o Sanfrecce Hiroshima.
O primeiro jogo aconteceria ontem, em Hiroshima. A segunda e decisiva partida deve ocorrer no próximo sábado, no estádio nacional de Tóquio.
O time do Verdy, que venceu o segundo turno, é considerado o favorito pelos especialistas locais. O brasileiro Nelsinho Batista, ex-Corinthians, dirige a equipe.
Em campo, o Verdy conta com Ruy Ramos, Bismarck, Pereira e Capitão. Bentinho, ex-Portuguesa, está contundido. Entre os talentos locais, destacam-se o volante Hashiratani e o atacante Takashi, ambos da seleção nacional.
Já o Sanfrecce, campeão do primeiro turno, conta com o astro da seleção sul-coreana Jung Youn. Também se destacam Ivan Hasek, Pavel Cerny e o atacante Takagi.
A J-League é um sucesso em seu segundo ano de vida. Com uma estrutura de marketing bem planejada, transformou o esporte em sinônimo de lucro.
Uma infinidade de produtos, de cartões telefônicos a camisetas, passando por bonés e câmeras de fotografia descartáveis, é vendida com os símbolos dos clubes e a marca do torneio.
O futebol já faz parte do cotidiano japonês e é um dos esportes mais praticados nas escolas, também por uma razão econômica. Requer apenas a bola e um espaço bem menor que o beisebol.

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