São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
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São Paulo busca classificação hoje com 'minicarrosel' de Telê

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Telê Santana começa, aos poucos, a montar um "minicarrossel" no São Paulo. Põe pela segunda vez em campo hoje, contra o Fluminense, no Morumbi, um time sem atacantes.
O jogo é decisivo para as chances de classificação do São Paulo à terceira fase (quartas-de-final). A equipe paulista assegura a vaga com um empate.
Na sua primeira experiência, o time com os meias Aílton, Juninho, Sierra e Cafu venceu o Corinthians por 2 a 1. A atuação mereceu elogios do técnico antes do treino de sexta-feira.
Telê nunca escondeu sua admiração pela seleção holandesa da Copa do Mundo de 1974, conhecida como "carrossel holandês".
Ex-jogador marcado pelo espírito solidário, Telê exige o mesmo de seus comandados.
No time dos seus sonhos, todos se movem por todas as posições.
Os quatro jogadores mais adiantados do São Paulo começam a executar isso.
Aílton, Juninho, Sierra e Cafu revezam-se nas posições de armação de jogadas e de ataque. Só Aílton fica um pouco mais fixo na frente.
"O importante não é o esquema tático, mas a movimentação", diz Juninho, o último a conquistar posição entre os titulares.
O meia explica que a movimentação constante dos companheiros aumenta as alternativas de jogada para o jogador que está com a bola. "Isso tem melhorado muito."
Origem
O novo esquema não foi planejado por Telê. Surgiu um pouco em função das circunstâncias. Até a metade do Campeonato Brasileiro, os atacantes Muller e Euller eram os titulares.
Primeiro, Muller (vendido esta semana ao Kashiwa, do Japão) saiu do time por deficiência técnica e indisciplina. Telê chegou a tentar o centroavante júnior Caio, mas preferiu Aílton.
Depois, foi a vez de Euller ser barrado. Aí Telê promoveu a troca que fez a diferença. Fez voltar Cafu para o meio e pôs Pavão na lateral-direita.
O maior beneficiado da entrada de Cafu foi Juninho. Pela primeira vez, pode derrubar a fama de ser um jogador que só rende quando entra no segundo tempo.
"Antes, eu tinha que voltar para marcar na defesa. Quando recebia a bola, tentava um arranque, uma jogada, mas as pernas não obedeciam. Não aguentava o jogo inteiro assim. Agora, só volto até o meio-campo."
Quem volta no seu lugar é Cafu, o jogador de melhor preparo físico do time e, talvez, do país.
Como Juninho, o técnico do São Paulo também não fala em esquema. Prefere destacar o espírito de luta.
"Os que não tinham esse espírito, eu tirei do time. Agora, todos estão jogando com muito interesse. No jogo contra o Corinthians, o time não se intimidou com o gol de empate e foi buscar a vitória."
NA TV
Globosat/Sportv, ao vivo; TVA/ESPN, VT às 17h30

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