São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
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Uruguai escolhe hoje o seu presidente

SÔNIA MOSSRI
ENVIADA ESPECIAL A MONTEVIDÉU

Mais de 2,3 milhões de uruguaios vão às urnas hoje para eleger o novo presidente do país. Pesquisas de intenção de voto dão empate técnico entre o candidato do governo, Alberto Volonté (Partido Blanco) e o ex-presidente Julio María Sanguinetti (Partido Colorado).
Graças à complicada legislação eleitoral uruguaia, um total de 19 candidatos, alguns do mesmo partido, concorrem. Cada partido pode apresentar vários candidatos e o mais votado leva todos votos.
Além de escolher o presidente, os uruguaios também vão eleger 30 senadores, 99 deputados, 19 prefeitos e votar em plebiscito sobre reforma constitucional para a educação e previdência social.
O plebiscito é sobre a fixação de um teto mínimo de 27% do Orçamento para a educação e proibição de mudança na seguridade social, que implica redução dos recursos para o pagamentos de pensões e benefícios previdenciários.
A campanha eleitoral encerrou-se na noite de quinta-feira, com um pronunciamento de oito minutos de todos os candidatos.
A propaganda eleitoral nas redes de TV custou ao uruguaio mais de US$ 14 milhões (cerca de US$ 7,00 por cada eleitor). Pela lei, os partidos recebem recursos do governo de acordo com os resultados da última eleição.
A Justiça Eleitoral praticamente não controla as doações de campanha, o que é alvo de críticas de todos os candidatos de oposição.
Na prática, o presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Herrera, colocou a máquina do governo funcionando a favor de Volonté. O governo chegou a aumentar a publicidade oficial com o objetivo de buscar votos para Volonté.
Pesquisa do Instituto Vox para o semanário Busqueda, entre os dias 12 e 20 de novembro, dá 28% das intenções de voto para Vontonté e 27,9% para Sanguinetti.
Em seguida, 25,9% das intenções de voto dos uruguaios estão com Tabare Vasquez, da Frente Ampla ou Encontro Progressista.
A Frente Ampla reúne 28 partidos e grupos de esquerda, incluindo o Partido Comunista, Partido Socialista e os ex-guerrilheiros tupamaros (Movimento Nacional de Libertação), que atuaram intensivamente na década de 70.
Os institutos de pesquisa consideram que a Frente Ampla será vitoriosa em Montevidéu, onde há mais de 1 milhão de eleitores.
Tabare ganhou o cenário nacional após vencer as eleições para a Prefeitura de Montevidéu em 1989, até então exclusiva dos blancos ou colorados.

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