São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994 |
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Polícia prende grupos de rap durante show
DO NP E DA REPORTAGEM LOCAL A Polícia Militar deteve anteontem à noite integrantes dos grupos de rap Racionais MC's e RMN, durante show no vale do Anhangabaú (região central de São Paulo).Houve tumulto na platéia e pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, segundo a PM. Os rappers foram levados para o 3º Distrito Policial (Santa Ifigênia, região central), onde prestaram depoimentos. A Polícia Militar alegou que as músicas dos rappers incitam o crime e a violência. Ambos os grupos cantaram músicas cujas letras criticam ações da polícia. Foi a segunda vez que a polícia prendeu rappers no Anhangabaú. Em 15 de outubro, foi preso Big Richard, pelo mesmo motivo (leia texto abaixo). O show do Racionais MC's foi interrompido pela polícia, que subiu ao palco na hora em que o grupo cantava o rap "O Homem na Estrada". Essa música tem um refrão que diz "Eu não acredito na polícia, raça do caralho". O público ficou revoltado e começou a atirar pedras no palco. Houve tiros na platéia e um princípio de correria. Todos os quatro integrantes Racionais MC's foram levados para o 3º DP junto com o advogado do grupo, Aparecido Franco. Eles chegaram ao DP por volta das 23h de sábado e só foram liberados às 2h de ontem. O Racionais foi a última banda que tocou no Anhangabaú. Antes do grupo, o RMN havia se apresentado e detido após o show. A polícia abriu inquérito sobre o caso. O líder do Racionais, Mano Brown, disse que a detenção foi "um desrespeito à liberdade de expressão". O grupo paulista Racionais MC's é o que mais vende no país no gênero rap. Seu segundo e mais recente disco "Raio X do Brasil" já vendeu mais de 400 mil cópias. Os quatro integrantes do grupo moram no Capão Redondo (na periferia sul de São Paulo), um dos bairros mais violentos da cidade. Rap é a abreviatura de Rhythm and Poetry (ritmo e poesia). Sobre uma base rítmica derivada do funk, os rappers cantam de maneira praticamente falada. Texto Anterior: Empresária foge após 11 dias de cativeiro no Rio Próximo Texto: Advogados divergem sobre caso Índice |
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