São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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PF não acompanha desembarque de cargas

SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Traficantes e contrabandistas têm pelo mar uma das mais tranquilas opções para chegar ao Rio com cocaína e armas estrangeiras.
O desembarque de mercadorias e passageiros na marina da Glória (Glória, zona sul) e nos 12 clubes náuticos espalhados pela baía de Guanabara não é acompanhado pela Capitania dos Portos nem pela PF.
O diretor da Marina da Glória, Ricardo Vilhena, 38, disse à Folha não ter recebido qualquer orientação sobre procedimentos de segurança por parte do comando da Operação Rio.
Sem novas determinações, ele mantém o esquema vigente há anos na marina. Segundo Vilhena, quando chega uma embarcação estrangeira a direção da marina informa a Receita Federal, PF, Capitania e Interpol (Polícia Internacional).
"A Receita sempre manda alguém para fiscalizar os barcos que chegam. A Capitania faz visitas periódicas. A PF não vem. Os estrangeiros é que vão até lá", afirmou Vilhena.
Apesar da falta de ajuda oficial, o corpo de seguranças da marina está orientado a se manter atento à saída de material. "A gente só tem controle do que sai pela porta. Qualquer mercadoria que sai por terra é vistoriada", disse ele.
A Folha comprovou que o esquema de segurança da marina é deficiente. Das 14h às 14h30 da última quinta-feira três carros deixaram a marina sem ser revistados.
Como ocorre no aeroclube de Jacarepaguá, a marina usa como suposto fator de segurança a confiança depositada nos tradicionais usuários. "Temos 400 vagas, das quais de 90% a 95% são fixas", disse Vilhena. Nos clubes náuticos do Rio e Niterói a vigilância ainda é mais precária. Não há revista de barcos ou de cargas . (ST)

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