São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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Rio ganha lista telefônica depois de 10 anos

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Itamar Franco lança hoje às 12h30, em almoço no hotel Glória (zona sul do Rio), as primeiras listas telefônicas oficiais e completas do Rio em dez anos. A última lista regular da cidade foi a de 1983.
A publicação das listas encerra uma longa disputa judicial e política, iniciada em julho de 1986, quando a Telerj (Telecomunicações do Rio de Janeiro S.A.), subsidiária da Telebrás, suspendeu a assinatura de contrato com a TeleListas, empresa vencedora da concorrência feita em 1984.
A mesma TeleListas acabou ficando com o direito de imprimir as 1,2 milhão de listas que começam a ser distribuídas a partir de amanhã, graças a um acordo assinado com a mesma Telerj, após sete tentativas de novas concorrências serem canceladas em variados estágios de execução.
A primeira delas ocorreu um mês após o aborto da assinatura de contrato. A TeleListas, que havia recorrido à Justiça, alegou que não poderia haver uma nova concorrência enquanto a anterior continuasse sub judice.
A partir de novembro de 1991 e ao longo de 1992, durante o governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, a Telerj, sob a presidência de Eduardo Cunha, fez cinco tentativas de licitações para fazer as listas, todas abortadas.
Um artigo publicado pelo jornalista Janio de Freitas em sua coluna na Folha no dia 13 de dezembro de 91, informando que o edital de licitação favorecia a empresa Listel (grupo Abril), deu início ao debate que levou ao primeiro cancelamento.
O edital citado por Janio de Freitas já era uma segunda versão de um outro, divulgado em 13 de novembro do mesmo ano, que restringia a participação na concorrência a empresas que tivessem editado 1,25 milhão de listas no Brasil nos cinco anos anteriores àquela data.
Somente as empresas Listel, Oesp Gráfica S.A. (grupo S.A. Estado de S. Paulo) e Editel, do Paraná, tinham condições de cumprir a exigência.
Houve protestos contra o que foi considerado um cerceamento do acesso de novas empresas ao mercado. A segunda versão reduzia o número de listas da exigência para 500 mil, mas, segundo Janio de Freitas, mantinha um perfil restritivo.
Na sequência, novas tentativas foram feitas, todas contestadas pela TeleListas, que continuava tentando na Justiça recuperar o contrato ganho em 1984.
A TeleListas atual é uma joint-venture (forma de associação comercial) da brasileira Stratos Participações com a norte-americana Volt Informations Sciences, Inc., responsável pelas listas de cidades como Nova York e Boston.

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